Jesus e a Mulher Adúltera. A manifestação da Graça em
Meio à Condenação
24 de Agosto de 2025
TEXTO ÁUREO
"(...) Mulher, onde estão aqueles teus
acusadores? Ninguém te condenou?",
João 8.10.
VERDADE APLICADA
Perdoar uns aos outros como fomos perdoados por Deus em Cristo é uma das marcas
do verdadeiro cristão.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Reconhecer a gravidade de cometer adultério.
- Saber que culpa expõe e condena os próprios acusadores.
- Ressaltar que Jesus advoga ao nosso favor.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 8
4. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre,
esta mulher foi apanhada, no próprio ato,
adulterando.
5. E, na lei, nos mandou Moisés que as tais
sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6. Isto diziam eles, tentando-o, para que
tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7. E, como insistissem, perguntando-lhe endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que
atire pedra contra ela.
10. E, endireitando-se Jesus e não vendo
ninguém mais do que a mulher, disse-lhe:
Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?
Ninguém te condenou?
11. E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe
Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e
não peques mais.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 8.7 Que não tem pecado atire a primeira pedra.
TERÇA | 1Jo 2.1 Jesus, nosso Advogado junto ao Pai.
QUARTA | Ap 12.10 Satanás nos acusa.
QUINTA | 1Jo 1.7 O Sangue de Jesus nos purifica de todo pecado.
SEXTA | Ex 20.14 Não adulterarás.
SÁBADO | Pv 6.32,33 O adultério deixa cicatrizes profundas.
HINOS SUGERIDOS: 255, 311, 484
MOTIVO DE ORAÇÃO
Oremos para que nosso Pai, que está nos
Céus, perdoe os nossos pecados.
INTRODUÇÃO
Hoje, veremos um exemplo prático da verdade de que Deus enviou Seu Filho ao
mundo para Salvação, não para condenação (Jo 3.17). A Obra da Redenção não
diminui nem ignora a gravidade do pecado e a necessidade de castigo. Jesus Cristo, porém, levou sobre Si a culpa dos nossos pecados e, assim, não há condenação
para os que vivem unidos a Ele (Rm 8.1; 2Co 5.21).
PONTO DE PARTIDA – Jesus advoga a
nosso favor.
1- O Adultério: Um Pecado
com Consequências e Feridas Profundas
O autor da Carta aos Hebreus nos diz
que o adultério é pecado
(Hb 13.4). Portanto, quem
adultera se opõe à vontade
de Deus (Pv 6.32). No AT, se
um homem dormisse com
a esposa de outro homem,
ambos deveriam morrer
para expurgar o mal de Israel (Dt 22.22).
Ainda hoje, quem comete adultério
peca diante dos homens e de Deus.
1.1. Reconhecendo o adultério.
O
adultério acontece quando um dos cônjuges se envolve em um relacionamento amoroso extraconjugal.
Segundo a Bíblia de Estudo Plenitude
(2009, p. 1184): "É uma relação sexual ilegal. É incompatível
com as leis harmônicas
da vida familiar no Reino
de Deus; e, como viola o
objetivo original de Deus
no casamento, está sob o
julgamento de Deus" João
nos diz que o Mestre estava ensinando no Templo quando foi abordado
pelos escribas e fariseus, que lhe
trouxeram uma mulher surpreendida
em adultério (Jo 8.2,4).
José Elias Croce (2001. L.07): "Tendo em mente a função do sexo no
casamento, podemos compreender
mais facilmente as proibições bíblicas
acerca das relações extraconjugais. O
adultério, a prostituição, a fornicação
e a homossexualidade são práticas
sexuais condenadas por Deus (1 Co
6.10). O adultério e a prostituição,
segundo a Bíblia, abrangem toda relação sexual extramatrimonial entre
um homem e uma mulher, casada ou
não, e vice-versa (Hb 13.4). No Antigo
Testamento, o adultério era passível de
morte (Lv 20.10).
1.2. O adultério afronta o Criador.
O
Apóstolo Paulo nos ensina que o corpo do cristão é o "Templo do Espírito
Santo"; portanto, deve ser preservado
para a glória de Deus (1 Co 6.19). O
apóstolo é claro e oferece um alerta
sobre o assunto: "Não erreis: nem
os devassos, nem os idolatras, nem
os adúlteros (...) herdarão o Reino
de Deus", 1 Co 6.10. Adulterar, portanto, é uma afronta grave a Deus,
sendo um ato condenável tanto no
AT quanto no NT (Êx 20.14; Dt
5.18; Rm 13.9; Gl 5.19). Para evitar
o adultério, Jesus nos ensina a importância de guardarmos o coração,
afirmando que: "qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em
seu coração cometeu adultério com
ela"; Mt 5.28.
Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2004, Lição 3: "A imoralidade desenfreada tem levado homens e mulheres à prática da perversão sexual: `E, semelhantemente,
também os varões, deixando o uso
natural da mulher, se inflamaram
em sua sensualidade uns para com os
outros, varão com varão, cometendo
torpeza e recebendo em si mesmos a
recompensa que convinha ao seu erro'
(Rm 1.27)': O texto bíblico não detalha
a "recompensa". Outras versões usam o
termo "castigo", enfatizando, assim, o
juízo divino contra a prática pecaminosa. A consequência pode alcançar
não apenas a dimensão física, mas
também a emocional ou espiritual.
1.3. O sexo foi criado por Deus.
O
plano de Deus para a sexualidade
humana é proporcionar aos cônjuges
estabilidade física e emocional (Ec
4.9-12). Quando os escribas e fariseus levaram a mulher pega em adultério a Jesus, eles justificaram aquela
ação com um dos Mandamentos da
Lei de Moisés: "Não adulterarás"
(Êx 20.14; Dt 22.22). Quando Deus
institui o casamento, ele assegura o
relacionamento sexual entre o casal:
"Portanto, deixará o varão o seu pai e
a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher,
e serão ambos uma carne"; Gn 2.24.
Arthur Holmes (2013, p.129): "O
relacionamento sexual não está confinado a apenas duas pessoas. Envolve também Deus, Criador e Senhor
de todos nós, que pelos propósitos
que tinha em mente, fez-nos criaturas sexuais. (...) A união sexual e a
reprodução fazem parte da criação
e foram ordenadas por Deus desde
o princípio, pela instituição do casamento. O sexo não pode ser retirado
desse contexto e tratado de forma
meramente biológica ou psicológica,
como ocorre na sociedade contemporânea. Seu principal significado não
deve ser encontrado em si mesmo,
no ato, na experiência ou mesmo em
suas consequências sociais. Como
em qualquer coisa vista teisticamente, seu significado principal deve ser
encontrado em relação a Deus e seus
propósitos".
EU ENSINEI QUE:
O plano de Deus para a sexualidade humana é proporcionar aos cônjuges estabilidade física e emocional.
2. Perdoador ou acusador?
O Filho de Deus foi questionado por escribas e fariseus sobre o
destino de uma mulher flagrada
em adultério (Jo 8.3). Infelizmente, Satanás continua usando esse
mesmo artifício hoje, até dentro
das igrejas, ocasionando divisões
devido às suas acusações (Rm
16.17).
2.1. A malícia dos acusadores.
Os
escribas e fariseus, maldosamente,
levaram a mulher flagrada em adultério ao Templo onde Jesus ensinava (Jo 8.2-4). Aqueles homens questionaram o Mestre sobre o que
deveria ser feito com a adúltera, já
que a Lei Mosaica previa a morte
por apedrejamento nesses casos (Jo
8.5). Obviamente, existia maldade
na pergunta. Pois a lei estabelecia
que não apenas a mulher deveria
ser morta mas, também, o homem
(Lv 20.10). Queriam pressionar Jesus
diante do povo que ali estava. Se Ele
concordasse com o apedrejamento,
poderia ser acusado de ir contra as
autoridades romanas ao aplicar a
punição com morte sem considerar
o processo romano. Caso perdoasse
a mulher, Jesus estaria indo contra a
Lei de Moisés (Jo 8.5), isto é, a mesma Lei que afirmava ter vindo para
cumprir, não para destruir (Mt 5.17).
Ralph Earle & Joseph Mayfield
(2019, pp.81-82): "Jesus e muitas pessoas estavam sentadas enquanto Ele
ensinava no Templo; no meio deles,
estes pomposos personagens chegaram com uma criatura desprezível e
a puseram no meio. A sua ação não
tinha interesse de justiça, nem há fio
de evidência de que tivesse nascido
da compaixão. João deixa claro que o
único objetivo dos escribas e fariseus
que trouxeram a mulher era o de fazer
Jesus cair em uma armadilha: `Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar' (Jo 8.6)".
2.2. Jesus ignora os acusadores.
Jesus sabia que, se tomasse alguma
posição, isso poderia prejudicar Seu
Ministério terreno. Então, de maneira inteligente, para que nem fosse
acusado por seus inimigos perante
Roma nem perante os sacerdotes,
Ele disse: "Aquele que dentre vós
está sem pecado seja o primeiro que
atire pedra contra ela'; Jo 8.7. No
Livro do Apocalipse, João mostra
que Satanás se ocupa com a prática
de acusar os discípulos de Cristo:
"(...) porque já o acusador de nossos
irmãos é derribado, o qual diante do
nosso Deus os acusava de dia e de
noite", Ap 12.10.
Bíblia de Estudo de Genebra
(2009, p.1387): "O desafio de Jesus
desqualificou os acusadores da posição de juízes, uma vez que eles não
queriam cumprir a lei de Moisés, mas
apenas procuravam apanhar Jesus
numa cilada. Nesse processo, eles
usaram essa mulher desonrada como
um ardil para realizar o seu projeto
maligno"
2.3. O Advogado Fiel.
Quando os
acusadores chegaram com um
problema a ser resolvido, Jesus os ignorou: Ele se inclinou e escrevia com
o dedo na terra (Jo 8.6). Segundo
João, eles interrogaram o Mestre com
insistência sobre o que fazer com
aquela adúltera. Podemos imaginar
o pânico daquela mulher diante de
seus acusadores, mas ela encontrou
um excelente Advogado de defesa
(Jo 8.7). Isso nos faz ver que, embora tenhamos um acusador (Ap 12.10), o
nosso Advogado de defesa não perde
nenhuma causa (1 Jo 2.1).
O crente que se arrepende de
seus pecados tem um Advogado
junto a Deus (1 Jo 1.9; 2.2). João
apresenta Jesus Cristo como nosso Advogado (1 Jo 2.1). O Filho de
Deus exerceu esse ofício ao livrar a
mulher adúltera da morte por apedrejamento (Jo.8.5). Somos justificados pela fé em Cristo e, livres da
condenação, desfrutamos da paz
com Deus como resultado da reconciliação operada por meio de Jesus
(Rm 5.1; 8.33; 2Co 5.18).
EU ENSINEI QUE:
Podemos imaginar o pânico da mulher diante de seus acusadores, mas ela encontrou um excelente Advogado de defesa.
3. Jesus nos ensina a perdoar
Na passagem da mulher adúltera,
Jesus não somente salvou a vida
dela, mas também ensinou aos
Seus discípulos sobre o perdão.
Além disso, Ele orientou a mulher
a não mais pecar (Jo 8.11). Isso
nos mostra a relevância do perdão no processo do discipulado
(Mt 6.14,15).
3.1. Perdão, uma expressão de amor.
A Palavra de Deus nos convida a
refletir sobre o valor do perdão do
Filho de Deus (Jo 8.11). Quando os
acusadores foram embora, Jesus perguntou: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?", Jo 8.11. A mulher, ainda insegura pelo risco de morte, respondeu:
"Ninguém, Senhor!"; Jo 8.12. Essa
passagem mostra o perdão do Senhor
aos aflitos, e sem descumprir a Lei.
Jesus deixa claro que perdoar não é
uma atitude de fraqueza, mas uma
demonstração de amor pelo próximo.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal (2021, p.536):
"Ficaram só Jesus e a mulher, que
estava no meio. Aparentemente
ninguém pôde afirmar não ter pecado para apedrejar a mulher. Jesus
tinha exposto a hipocrisia deles e os
constrangido, e não houve nada que
eles pudessem fazer a não ser voltar
e pensar em alguma outra maneira
astuta de surpreender Jesus. Ninguém tinha acusado a mulher, e Jesus
gentilmente disse que Ele também
não iria condená-la. Mas havia mais
- ela não estava simplesmente livre
para seguir o seu caminho. Jesus não
só a libertou dos fariseus, Ele queria libertá-la do pecado; portanto,
o Senhor acrescentou: Vai-te e não
pequeis mais".
3.2. Perdoados e perdoando.
Na passagem descrita no Evangelho de João,
Jesus exemplifica a prática do perdão
(Jo 8.11). Ali, Jesus estava rodeado de escribas e fariseus sem nenhuma compaixão por aquela mulher. O Mestre,
porém, mostra a medida com que devemos perdoar: segundo a medida do
amor misericordioso do Pai (Ef 4.32).
Steve Sandage; LeRon Shults (2011,
pp.137-138): "Jesus de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi `o descobridor do papel do perdão no reino
dos assuntos humanos: Pode-se muito
afirmar que Jesus descobriu o papel do
perdão social, visto que os profetas e
sábios antes dEle também estavam
cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o seu significado e
significação de um modo que causou
um efeito profundo na história humana. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de
Jesus com a previsão dos profetas hebreus referente à promessa de perdão
e à vinda do Messias".
3.3. Compreendendo o perdão.
O perdão é um ato de misericórdia e compaixão. Jesus não veio
condenar e sim salvar os pecadores (Jo 3.17). Na Bíblia, vemos
que os mais culpados são também
os maiores acusadores (1 Rs 3.22-
26). Não é justo julgar os outros
estando em pecado (Jo 8.7), como
na história da mulher adúltera. O
Filho de Deus tirou a máscara de falsidade dos escribas e fariseus
(Jo 8.9). Com isso, aprendemos
que devemos dar aos nossos semelhantes o mesmo perdão que
recebemos do Pai.
Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2004, Lição 8: "O perdão é
o óleo que lubrifica as engrenagens dos
nossos relacionamentos. A nossa situação passou pelo perdão de Deus (Cl
3.13). Não existe cristianismo sem perdão. Quem não sabe perdoar está na contramão do Evangelho. Olhando
pelo lado divino, não há como negar o
perdão. Ser cristão sem exercer o perdão é uma grande incoerência. Nossas
atitudes em relação ao próximo refletem o nosso relacionamento com Deus
(1 Jo 4.20-21)".
EU ENSINEI QUE:
O perdão é um ato de misericórdia e compaixão e sua prática tráz benefícios.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos sobre a gravidade do pecado e as riquezas da Benignidade, da Paciência e da Longanimidade de Deus, que nos conduzem
ao arrependimento (Rm 2.4); mas também sobre viver segundo a vontade
de Deus em todas as dimensões da vida, expressando, no dia a dia, o Amor
e a Misericórdia do Senhor, com os quais fomos abençoados.
Subsídio para esta lição.
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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