O Caráter de Daniel
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Daniel 6.1-8
1- E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino;
2- e sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
3- Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.
4- Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa.
5- Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus.
6- Então, estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive eternamente!
7- Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
8- Agora, pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.
TEXTO AUREO
Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová. Ezequiel 14.14
SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Ezequiel 14.16-20
Daniel, justo diante de Deus
3ª feira - Daniel 1.8
Daniel, firme nas decisões
4ª feira - Daniel 5.17-28
Daniel, verdadeiro em suas palavras
5ª feira - Daniel 6.3,4
Daniel, caráter elogiado pelos adversários
6ª feira - Daniel 6.10,11
Daniel, caráter moldado na oração
Sábado - Daniel 5.11,12
Daniel, caráter forjado para permanecer
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
Entender que a vida de comunhão com Deus é determinante na formação do caráter;
Compreender que o caráter sempre será submetido à prova;
Estar atento ao fato de que o caráter de alguém é conhecido por suas atitudes.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, nas últimas lições desta revista estuda remos o livro profético de Daniel, por muitos estudiosos chamado de Apocalipse do Antigo Testamento.
Daniel marcou sua geração e tornou-se um exemplo para as futuras gerações de jovens e servos do Senhor, por manter um caráter firme diante de todas as provas e tentações.
Não se esqueça de destacar em sua aula os aspectos do caráter de Daniel. Assim, seus alunos o terão como modelo para um viver de fidelidade e obediência a Deus em meio a uma geração má, corrupta e corruptora.
Reforce o fato de que o segredo de um caráter puro é uma vida de estreita comunhão com o Senhor e observância à Sua Palavra.
Tenha uma aula abençoada.
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
No livro profético de Daniel, aprendemos muito sobre o homem que, usado por Deus, deixou-nos um exemplo de vida e retidão.
Daniel é como um farol em meio às trevas. O seu caráter, como uma pedra preciosa, brilhou em uma época de escuridão e sombras. Desde o dia em que chegou ao palácio real de Nabucodonosor, na cidade da Babilônia, em uma corte repleta de pessoas más e perversas, o profeta fez-se diferente, mantendo-se fiel a Deus e à Sua Palavra. Com seu comporta mento, ele exaltou ao Senhor de Israel.
1. A FIRMEZA DE CARÁTER DE DANIEL
Caráter (gr. caractér, de charássein - sentido etimológico gravar ou coisa gravada) é um conjunto de disposições psicológicas que expressam os comportamentos habituais de uma pessoa.
Segundo as Escrituras, Daniel possuía um caráter marcante: ele viveu em uma corte corrupta, longe de seus pais desde a juventude, mas manteve-se integro, como um fiel e temente servo de Deus.
Com Daniel aprendemos o valor de um caráter que resiste ao tempo, às tentações, pressões e dificuldades para evidenciar a grandeza do único e soberano Senhor.
1.1. Caráter firme desde a juventude
Nos primeiros dois versículos do livro de Daniel, fica claro que não foi o poderio dos exércitos da Babilônia ou as estratégias de Nabucodonosor que levaram a cidade de Jerusalém à derrota, Judá caiu diante dos seus inimigos pela permissão divina (Dn 1.1,2).
Quando chegou à Babilônia como cativo, Daniel, possivelmente, ainda estava na adolescência - ele deveria ter, à época, entre 15 e 18 anos de idade. Em terras estrangeiras, o jovem rapaz enfrentou todo tipo de privações e desafios incluindo o distanciamento de seus familiares, lideres e sacerdotes. Mas, ele sabia que não estava longe dos olhos do Senhor (Dn 1.4).
Como jovem, Daniel enfrentou a tentação do deslumbramento; afinal, ele recebera a oportunidade de servir na capital do mundo de - então no palácio real - e ao homem mais poderoso da época - Nabucodonosor, - que muito poderia fazer por ele. Mas, o rapaz manteve-se humilde, obediente e fiel ao seu Senhor (Hb 11.24-26); assentando de seu coração não se contaminar com os manjares, iguarias e bebidas oferecidas no palácio (Dn 1.8).
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A expressão "assentou em seu coração" (Dn 1.8) tem o sentido de "determinar, fixar, resolver e decidir-se". Daniel ficou firme em sua resolução porque a comida do palácio estava contaminada era oferecida aos ídolos da terra. Assim, o jovem decidiu manter-se puro diante de Deus.
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1.2. Características do caráter de Daniel
O profeta Ezequiel, contemporâneo de Daniel, que estava entre os cativos no rio Quebar (Ez 1.1), recebeu do Senhor uma mensagem que ressaltava o caráter de Daniel como praticante da justiça (hb. sedhāgāh (Ez 14.14,18). = virtude moral e retidão).
Daniel era um homem reto, isento de faltas, erro, vício ou culpa (Dn 6.4); nele não havia corrupção ou dolo. As principais marcas do seu caráter eram: retidão, obediência, incorruptibilidade e fidelidade.
1.3. Testemunhas do caráter de Daniel
As testemunhas de um fato são as pessoas que o presenciaram e podem falar sobre o que viram.
O primeiro testemunho da retidão de Daniel foi dado pelo próprio Deus, por intermédio do profeta Ezequiel (Ez 14.14,18, 20).
Os adversários de Daniel, impulsionados pela inveja, ates. taram a idoneidade do profeta e constataram a integridade de seu caráter (Dn 6.4).
A rainha-mãe, diante da corte iníqua do rei Belsazar, testemunhou o caráter de um dos cativos de Judá, a quem o rei Nabucodonosor dera o nome de Beltessazar, mas que deveria ser chamado pelo seu nome de batismo - Daniel (= Deus é Juiz) (Dn 5.12). Nem os presentes mais desejados puderam comprar a fidelidade de Daniel. Sua vida e ministério não estavam à venda, eram inegociáveis. Sem temer a opinião pública, ou a reação do rei e da sua corte, o profeta interpretou com exatidão o sentido da escritura na parede (Dn 5.17-30).
Diante de Dario, Daniel declarou: Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi acha da em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum (Dn 6.21,22), Então, o rei mandou retirar o profeta da cova e deu testemunho de sua fé em Deus (Dn 6.23).
2. OS SEGREDOS DO CARÁTER FIRME DE DANIEL
Com Daniel aprendemos que a intimidade com Deus é o segredo para um caráter firme e resistente ao tempo e às tentações. É no relacionamento com o Senhor que o caráter cristão vai sendo moldado, como o barro nas mãos do oleiro (Jr 18.4).
2.1. A vida devocional
A oração fazia parte da vida de Daniel. Na Babilônia, ainda muito jovem, junto com seus três amigos, o profeta pediu ao Senhor que revelasse o conteúdo e o significado do sonho de Nabucodonosor, o imperador babilônio. De forma extraordinária, Deus não apenas revelou o que o rei havia sonhado, mas, também, deu ao jovem a interpretação exata do sonho (Dn 2.17-23).
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Na oração, Deus revela a Sua fidelidade e libera o Seu poder para proteger os Seus servos fiéis e derrotar os Seus opositores (Dn 6.12-28). A oração torna- -nos íntimos do Senhor e faz-nos conhecidos nos céus (Dn 10.12). A oração gera um espírito quebrantado e humilde (Dn 9.4-19).
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2.1.1. Características da vida de oração de Daniel
Daniel orava com as janelas abertas em direção à cidade de Jerusalém o profeta estava familiarizado com a oração do rei Salomão na consagração do primeiro Templo ao Senhor (1 Rs 8.44-50). As promessas motivavam o profeta a não parar de orar, afinal, Deus ouve e age em favor dos Seus servos que, humildemente, inclinam-se diante de Sua majestade.
Nos desdobramentos do livro, pode-se perceber que Daniel: (a) tinha disposição para orar em meio às adversidades (v. 17,18); (b) confiava no poder e na sabedoria divina (v. 20); (c) possuía um local determinado para sua prática (Dn 6.10b); (d) orava com frequência, regularidade e persistência (Dn 6.10c); e (e) sabia levantar ações de graças e súplicas ao Senhor (Dn 6.10d,11).
2.1.2. Oração e jejum: uma combinação vitoriosa
Daniel ainda nos ensina sobre a combinação vitoriosa de oração e jejum, conforme orientação de Cristo aos seus discípulos (Mt 17.21). Por anos a fio, ele manteve a prática salutar do jejum parcial, quando decidiu não se contaminar com as comidas e bebidas do palácio babilônico; por isso, foi grandemente abençoado por Deus (Dn 1.11-15).
2.2. A meditação na Palavra de Deus
Como um dedicado estudioso das Escrituras, Daniel entendeu - pelos escritos do profeta Jeremias, um de seus contemporâneos - que o período do cativeiro babilônico seria de 70 anos, e esse tempo estava terminando (Jr 25.11,12). Assim, ele se propôs a orar com humildade e quebrantamento diante do Eterno (Dn 9.2,3). Como Daniel, todo salvo em Cristo precisa orar e clamar a Deus pelo cumprimento das Suas promessas reveladas nas Escrituras.
O estudo da Palavra levou o profeta Daniel a orar e a confessar os seus pecados e os pecados da nação (Dn 9.4-20). Para alcançarmos uma vida vitoriosa na oração, precisamos seguir os princípios que o manual divino da oração nos ensina.
3. AS BÊNÇÃOS DESTINADAS AOS FIRMES DE CARÁTER
A firmeza de caráter não pode ser apenas um desejo; antes, deve tornar-se um sólido objetivo a ser alcançado. Como na vida de Daniel, a firmeza de caráter abre uma grande via para o recebimento de incontáveis bênçãos, como as descritas nos subtópicos seguintes.
3.1. Livramentos divinos
Dentre os Profetas Maiores, o livro de Daniel é o que apresenta um maior número de livramentos. Daniel escapou da morte logo em seus primeiros anos na Babilônia, quando Nabucodonosor ordenou o extermínio de todos os seus sábios, porquanto não eram capazes de decifrar o sonho que ele (o imperador) tivera à noite. Mas, Deus deu livramento aos sábios da Babilônia, tanto quanto ao profeta e a seus três amigos, revelando a Daniel o sonho de Nabucodonosor e o seu significado (Dn 2.1-14).
Daniel foi lançando na cova dos leões, acusado traiçoeira- mente por seus opositores, sem que houvesse qualquer fato concreto que pudesse manchar o seu caráter impoluto. No entanto, o Senhor julgou a causa do Seu servo e poupou-lhe a vida de maneira extraordinária, não permitindo que os leões The causassem qualquer dano (Dn 6.16-24). É reconfortante viver de maneira digna, sempre confiando na providencia e na fidelidade de Deus.
3.2. Portas abertas
A vida integra de Daniel serviu como uma chave, que abria portas para ele tornar-se bem-sucedido e respeitado durante o tempo em que esteve no cativeiro babilônico.
O próprio rei Dario planejava promovê-lo para uma função que ainda não existia no Império exclusivamente para o profeta, pois era um homem honesto - tal função seria criada e confiável (Dn 6.1-3). Seu comportamento singular atraiu a atenção e a inveja dos seus companheiros de serviço, mas estes apenas confirmaram a lisura das suas atividades e a pureza do seu caráter.
Sempre vale a pena viver com transparência e honestidade diante de todos; tal atitude glorifica o nome do Senhor e abre portas inimagináveis entre os homens.
3.3. Revelações divinas
Viver na dependência de Deus permite-nos receber Suas orientações e revelações.
Daniel era um homem sensível, a quem o Senhor revelou o conteúdo e o significado do sonho de Nabucodonosor (Dn 2). Este evento teve implicações na vida daquela nação e na vida das gerações vindouras (Dn 5.24-30).
Além disso, Jeová concedeu a Daniel visões e profecias sobre a história dos futuros reinos mundiais, sua moral, suas guerras e influências (Dn 7 e 8).
A comunhão com o Eterno precisa ser estreitada de forma urgente, pois isto viabiliza a transformação do caráter, o crescimento espiritual e a intimidade com Ele. Pela comunhão e intimidade com Deus, tem-se acesso aos seus mistérios, que são revelados aos homens para Sua exclusiva glória e exaltação.
CONCLUSÃO
Dentre outras lições, o livro de Daniel ensina-nos que Deus está no controle da História. É Ele quem estabelece e destitui os reinos e seus governantes (Dn 2.21).
No plano pessoal, o livro ensina-nos que a pureza de caráter é pré-requisito para a comunhão com o Eterno, para o testemunho de fé e para a manifestação dos grandes feitos do Senhor.
O caráter está acima dos dons, talentos, habilidades e capacidades pessoais; este começa a revelar-se na juventude e desenvolve-se com o passar dos anos (Dn 1.8; 5.12.16).
Antes de sermos capazes de desempenhar bem uma profissão, precisamos dar mostras de um caráter exemplar. Por intermédio de um caráter transformado, é possível resistir às tentações e pressões que a vida impõe a todos.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite as testemunhas do caráter exemplar do profeta Daniel.
R.: Deus; seus companheiros de trabalho; a rainha-mãe; e o rei persa, Dario.
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
LIÇÃO TOP DEMAIS MUITO BOA APRENDI BASTANTE
ResponderExcluirMaravilha, todos os créditos vão para a Central Gospel por essa excelente lição.
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