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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

ESCOLA DOMINICAL EDITORA BETEL - Lição 3 / 1º Trim 2025

A Reforma Protestante: O Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras
19 de Janeiro de 2025



TEXTO ÁUREO
"Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé", Romanos 1.17

VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo, devemos ansiar por receber mais do Senhor e aprender mais das Escrituras.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Identificar os precursores da Reforma Protestante.
- Ressaltar a importância da Reforma Protestante.
- Reconhecer as implicações da Reforma Protestante.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Romanos 1
16. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego. 
17. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 
19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
 
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | S1 119.130 Uma só Palavra.  
TERÇA | Jo 14.6 Um só caminho. 
QUARTA | At 4.12 Um só Salvador. 
QUINTA | Ef 4.5 Uma só fé.
SEXTA | 1 Tm 21.5 Um só Deus. 
SÁBADO | Hb 12.1 Deixemos o pecado e todo o embaraço.

HINOS SUGERIDOS: 205, 225, 581

MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que Deus continue levantando homens corajosos.

INTRODUÇÃO
A Reforma Protestante surgiu do fervoroso anseio de testemunhar mais, no viver da Igreja, dos valores e crenças revelados nas Escrituras. Esse mesmo sentimento é observado em diferentes momentos ao longo da história da Igreja, inclusive em nossos dias.

PONTO DE PARTIDA: Somos salvos pela graça de Deus.

1- Os precursores da Reforma 
A Reforma Protestante foi um dos avivamentos espirituais mais relevantes da História. Em 1517, o monge alemão Martinho Lutero elaborou 95 teses, cuja principal denúncia foi a venda de indulgências. Essa prática levava as pessoas a acreditarem na possibilidade de comprar da igreja a salvação de vivos e mortos. Vejamos alguns precursores desse importante evento histórico. 

1.1. John Wycliffe.
É considerado o precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos 15 e 16. Wycliffe desferiu pesados julgamentos ao clero ainda no século 14, desaprovando a exploração de propriedades e o pagamento de indulgências. Traduziu grande parte da Bíblia para a língua inglesa

Abraão de Almeida (2009, p. 159) sobre Wycliffe, um dos precursores da Reforma: "Era professor de Oxford. Conhecendo a Palavra de Deus e desejando salvar seu país da tirania papal, escreveu tratados em defesa da verdadeira fé e também traduziu quase toda a Bíblia para a língua inglesa, tendo como base a Vulgata. As cópias dessa Bíblia foram objeto de grandes queimas públicas em 1410 e 1413, mas pelo menos 170 delas existem até hoje. A fim de extirpar o mal pela raiz daquilo que chamavam de heresia, os líderes religiosos reuniram-se em magna assembleia em Praga, a 16 de julho de 1410, e promoveram enorme fogueira em que foram queimadas mais de 200 preciosas obras de Wycliffe. 

1.2. John Huss.
Este precursor da Reforma era um gigante na fé. Com sua total confiança nas Escrituras, Huss manifestou sua discordância com os sacerdotes que afirmavam ter o poder de mandar pessoas para o inferno. Mesmo vivendo uma vida piedosa, o fervor do Espírito sobre Huss despertou a atenção dos líderes da Igreja, que o viam como um anátema. 

Abraão de Almeida (2009, p. 162): "Assim, vencidos pela inabalável firmeza de Huss, seus algozes atearam fogo à lenha. Enquanto as chamas cresciam, Huss cantava em voz alta: "Cristo, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de nós". Depois, não podendo mais cantar por causa do furor das labaredas, passou a orar até render o espírito. Os inimigos da Verdade queimaram na mesma fogueira as roupas de Huss e lançaram no rio as suas cinzas. Mas o clarão daquela fogueira jamais se apagou". 

1.3. Girolamo Savonarola.
Considerado um dos pré-reformadores, teve ação especial na Itália. Inflamado pelo desejo de combater tudo aquilo que considerava imoral e não condizente com a fé cristã, Savonarola passou a dedicar-se à defesa das práticas que acreditava serem a única via para a salvação das almas. Ele denunciou os desmandos e as orgias promovidas pelo clero desviado. Depois de ter sido excomungado, foi enforcado e teve o corpo queimado. 

Ubirajara Bragança (2014, p. 81): "Martinho Lutero provavelmente era sabedor da história do rei Jerônimo Savonarola. Ele era uma criança quando o reformador de Florença morreu. A vida e o martírio desse frei dominicano contribuíram de forma significativa para o desejo daqueles que ansiavam ver uma Igreja renovada. Entendemos, portanto, que a consciência dos reformadores do século XVI certamente foi sensibilizada, assim como despertada, pela postura de um homem que combateu, sem medo, tanto o pecado quanto a hierarquia da Igreja, hierarquia esta que, sem hesitação, era inimiga da Reforma.

EU ENSINEI QUE: 
Uns dos principais precursores da Reforma Protestante foram: John Wycliffe, John Huss e Girolamo Savonarola.

2- Os Reformadores 
Muitas pessoas foram instrumentos nas mãos de Deus durante a Reforma Protestante, dentre as quais se destacam: Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino. 

2.1. Martinho Lutero.
A Reforma Protestante foi, sem dúvida, um mover de Deus para redirecionar a Igreja à sua verdadeira vocação. Certo dia, iluminado pelo Espírito Santo, Lutero leu nas Escrituras: "O justo viverá da fé", Rm 1.17. Ao perceber que a Igreja Romana havia se afastado do Evangelho, Lutero fixou suas 95 teses nas portas da Catedral de Wittenberg, iniciando assim a chamada Reforma Protestante. 

Timothy George (2013, p. 89): "O protesto de Lutero contra a Igreja Romana não foi fundamentalmente moral, como o de Erasmo e outros reformadores; mas, sim, teológico. A graça de Deus é a graça de Deus. Não podia ser comprada, vendida ou parcelada em indulgências. `Se o papa tem controle sobre as almas no purgatório, por que ele não abre os portões e as deixa sair? ; ironizava Lutero. O papado, que era de origem humana e não divina, havia se apropriado indevidamente de uma prerrogativa que pertencia apenas a Deus". 

2.2. Ulrico Zuínglio.
Teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça, tinha alguns pontos em comum com Lutero: refutava a autoridade do papa, pois somente as Escrituras possuem total autoridade (2Tm 3.16); acreditava que tudo deve ser apreciado segundo a Bíblia (2Pe 1.20,21); defendia a doutrina da justificação somente pela fé (Rm 4.5). Zuínglio entendia que a fé é um dom do Espírito Santo, não tendo afinidade intrínseca com o batismo nas águas. Ele entendia que o falar em línguas é um dom dado aos crentes que serve como um sinal para os não-crentes. 

W. Walker (1981, p. 35) comenta sobre Zuínglio: "É interessante notar que o seu passo inicial não foi, como o de Lutero, a questão de como se tornar aceitável a Deus, mas a convicção de que somente a Bíblia é obrigatória aos cristãos. E...] Preparou 67 breves artigos, afirmando que o Evangelho não tira sua autoridade da Igreja, a salvação é pela fé, negando o caráter sacrificial da missa, a salvação pelas boas obras, o valor intercessório dos santos, a obrigatoriedade dos votos monásticos, a existência do purgatório. Declarou, ainda, ser Cristo a única cabeça da Igreja e advogou o casamento dos clérigos" 

2.3. João Calvino.
Calvino deixou como legado uma das mais significativas produções literárias do século 16. Alguns o criticam injustamente, dizendo que ele não deu a atenção necessária ao Espírito Santo em seus escritos. Entretanto, ao ler a obra de Calvino, vemos que ele deu atenção direta à pessoa do Espírito Santo ao abordar assuntos referentes às demais áreas da Teologia Sistemática, como: Teontologia, Soteriologia, Eclesiologia e Pneumatologia. Não é sem motivo que ele é chamado pelos estudiosos modernos de o "Teólogo do Espírito Santo'; pois foi o primeiro a sistematizar de forma clara o ensino bíblico sobre o Espírito Santo.

Roberto Menzies (2020, p. 53): "Todos podemos concordar que Calvino e outros teólogos reformados interpretaram Paulo muito bem. Calvino destaca corretamente o papel do Espírito Santo na regeneração, na eficácia dos sacramentos, na justificação. O Espírito Santo é o grande "mestre interior" que dá testemunho em nosso coração da verdade do evangelho. Assim, juntos, afirmamos que todo cristão recebe o Espírito vivificador e habilitador".

EU ENSINEI QUE:
A Reforma Protestante foi, sem dúvida, um mover de Deus para redirecionar a Igreja à sua verdadeira vocação. 

3- As implicações da Reforma
A Reforma Protestante aconteceu em uma conjuntura de grandes mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas na Europa, influenciando na formação dos estados modernos. Depois dela, surgiram novas denominações cristãs. 

3.1. Espírito Santo na vida de Lutero.
Para Lutero, o Espírito Santo era uma Pessoa admirável, a ser apreciada e amada, e não um barulho a ser sentido. Lutero, certamente impulsionado pelo Espírito Santo, teve o cuidado de estudar a Bíblia e iniciar um longo e progressivo retorno à visão teológica mais coerente com a autoridade das Escrituras. 

Timothy George (2013, p. 83-84): "Para Lutero, a Bíblia era `o livro do Espírito Santo', `o veículo do Espírito', não apenas suas palavras, mas até suas frases são inspiradas; mesmo sendo escritas por homens, mas vindas de Deus. Ele e outros reformadores enfatizavam o caráter dinâmico da Bíblia. As passagens bíblicas eram consideradas eventos vivos, aqui e agora. O Espírito vivifica! Assim, é possível `sentir' as palavras da Escritura `no coração". 

3.2. A salvação se fundamenta na fidelidade de Deus.
Lutero estava descontente com as práticas e a posição do clero a respeito da Salvação. Ele via com tristeza a Igreja defender a ideia de que a Salvação não se dava pela fé apenas, mas pelas boas obras. Pregava-se, por exemplo, que a remissão dos pecados e a salvação da alma podiam ser obtidas por meio de remuneração em dinheiro. Esses foram os fatores centrais que levaram Lutero a posicionar-se contra a Igreja Romana. 

Alister McGrath (2014, p. 164): "Para Lutero, assim como para os reformadores em geral, é possível ter certeza da salvação. A salvação se fundamenta na fidelidade de Deus às suas promessas de misericórdia; deixar de ter certeza da salvação seria, de fato, duvidar da confiabilidade e fidelidade de Deus". 

3.3. As 95 teses.
Talvez Lutero não tenha imaginado que, ao fixar as 95 teses na porta da igreja do castelo alemão de Wittenberg, em 1517, ele passaria a ser um dos personagens principais da história da Igreja. As 95 teses alastraram-se com rapidez pela Europa, por conta do intenso uso da imprensa no século 15. Essa invenção mudou o processo de produção de livros, que saiu da escala artesanal para a industrial. Com isso, as ideias de Lutero se propagaram e conquistaram seguidores em toda a Europa. 

Eddie Hyatt (2021, p. 101-102) sobre Lutero e o ministério miraculoso do Espírito Santo: "Lutero também defendeu a atividade do Espírito Santo como fonte de autoridade e ensino. Em um de seus primeiros escritos, chamado O cativeiro babilônico da igreja, ele certificou aos seus leitores que, quanto à verdade ali apresentada, ele a aprendera `sob o guiamento do Espírito Santo: Além disso, quando foi desafiado pela Igreja e pelas autoridades civis em Worms acerca da origem da autoridade, ele confiou na revelação que Deus lhe deu pela Palavra; mas, de uma maneira pessoal, pela via do Espírito". 

EU ENSINEI QUE:
Lutero estava descontente com as práticas e a posição do clero a respeito da Salvação.  

CONCLUSÃO
Devemos permanecer vigilantes e em oração para não nos afastar das Escrituras, da suficiente graça de Deus e da fé. Nossa pregação deve ser cristocêntrica, plenamente consciente de que dependemos do Espírito Santo para cumprir a missão que recebemos de Jesus Cristo.  

Subsídio Lição 3

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)


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