A Reforma Protestante: O Reavivamento da Fé e o
Retorno às Escrituras
19 de Janeiro de 2025
TEXTO ÁUREO
"Porque nele se descobre a justiça de Deus
de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá da fé", Romanos 1.17
VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo, devemos ansiar
por receber mais do Senhor e aprender mais
das Escrituras.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Identificar os precursores da Reforma Protestante.
- Ressaltar a importância da Reforma Protestante.
- Reconhecer as implicações da Reforma Protestante.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Romanos 1
16. Porque não me envergonho do evangelho
de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu
e também do grego.
17. Porque nele se descobre a justiça de Deus
de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18. Porque do céu se manifesta a ira de Deus
sobre toda a impiedade e injustiça dos homens
que detêm a verdade em injustiça;
19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | S1 119.130
Uma só Palavra.
TERÇA | Jo 14.6
Um só caminho.
QUARTA | At 4.12
Um só Salvador.
QUINTA | Ef 4.5
Uma só fé.
SEXTA | 1 Tm 21.5
Um só Deus.
SÁBADO | Hb 12.1
Deixemos o pecado e todo o embaraço.
HINOS SUGERIDOS: 205, 225, 581
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que Deus continue levantando homens corajosos.
INTRODUÇÃO
A Reforma Protestante surgiu do fervoroso anseio de testemunhar mais, no
viver da Igreja, dos valores e crenças revelados nas Escrituras. Esse mesmo
sentimento é observado em diferentes momentos ao longo da história da
Igreja, inclusive em nossos dias.
PONTO DE PARTIDA: Somos salvos
pela graça de
Deus.
1- Os precursores da Reforma
A Reforma Protestante foi um
dos avivamentos espirituais
mais relevantes da
História. Em 1517, o
monge alemão Martinho Lutero elaborou
95 teses, cuja principal denúncia foi a
venda de indulgências. Essa prática levava as pessoas a acreditarem na possibilidade de comprar da igreja a salvação de vivos e mortos. Vejamos alguns precursores desse importante evento histórico.
1.1. John Wycliffe.
É considerado
o precursor das reformas
religiosas que sacudiram
a Europa nos séculos 15 e
16. Wycliffe desferiu pesados julgamentos ao clero ainda no século 14, desaprovando a exploração
de propriedades e o pagamento de
indulgências. Traduziu grande parte da Bíblia para a língua inglesa.
Abraão de Almeida (2009, p.
159) sobre Wycliffe, um dos precursores da Reforma: "Era professor de Oxford. Conhecendo a Palavra de Deus e desejando salvar
seu país da tirania papal, escreveu
tratados em defesa da verdadeira
fé e também traduziu quase toda a Bíblia para a língua inglesa,
tendo como base a Vulgata. As
cópias dessa Bíblia foram objeto
de grandes queimas públicas em
1410 e 1413, mas pelo menos 170
delas existem até hoje. A fim de
extirpar o mal pela raiz daquilo
que chamavam de heresia, os líderes religiosos reuniram-se em
magna assembleia em Praga, a 16
de julho de 1410, e promoveram
enorme fogueira em que foram
queimadas mais de 200 preciosas
obras de Wycliffe.
1.2. John Huss.
Este precursor da
Reforma era um gigante na fé. Com
sua total confiança nas Escrituras,
Huss manifestou sua discordância
com os sacerdotes que afirmavam
ter o poder de mandar pessoas para o inferno. Mesmo vivendo uma
vida piedosa, o fervor do Espírito
sobre Huss despertou a atenção dos
líderes da Igreja, que o viam como
um anátema.
Abraão de Almeida (2009, p.
162): "Assim, vencidos pela inabalável firmeza de Huss, seus algozes atearam fogo à lenha. Enquanto as
chamas cresciam, Huss cantava em
voz alta: "Cristo, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de nós". Depois, não podendo mais cantar por
causa do furor das labaredas, passou a orar até render o espírito. Os
inimigos da Verdade queimaram na
mesma fogueira as roupas de Huss
e lançaram no rio as suas cinzas.
Mas o clarão daquela fogueira jamais se apagou".
1.3. Girolamo Savonarola.
Considerado um dos pré-reformadores,
teve ação especial na Itália. Inflamado pelo desejo de combater tudo aquilo que considerava imoral
e não condizente com a fé cristã,
Savonarola passou a dedicar-se à
defesa das práticas que acreditava
serem a única via para a salvação
das almas. Ele denunciou os desmandos e as orgias promovidas
pelo clero desviado. Depois de ter
sido excomungado, foi enforcado e
teve o corpo queimado.
Ubirajara Bragança (2014, p.
81): "Martinho Lutero provavelmente era sabedor da história do rei
Jerônimo Savonarola. Ele era uma
criança quando o reformador de
Florença morreu. A vida e o martírio desse frei dominicano contribuíram de forma significativa para
o desejo daqueles que ansiavam ver
uma Igreja renovada. Entendemos,
portanto, que a consciência dos reformadores do século XVI certamente foi sensibilizada, assim como despertada, pela postura de um
homem que combateu, sem medo,
tanto o pecado quanto a hierarquia
da Igreja, hierarquia esta que, sem
hesitação, era inimiga da Reforma.
EU ENSINEI QUE:
Uns dos principais precursores da Reforma Protestante foram: John Wycliffe,
John Huss e Girolamo Savonarola.
2- Os Reformadores
Muitas pessoas foram instrumentos nas mãos de Deus durante a Reforma Protestante,
dentre as quais se destacam:
Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino.
2.1. Martinho Lutero.
A Reforma
Protestante foi, sem dúvida, um
mover de Deus para redirecionar
a Igreja à sua verdadeira vocação.
Certo dia, iluminado pelo Espírito
Santo, Lutero leu nas Escrituras:
"O justo viverá da fé", Rm 1.17.
Ao perceber que a Igreja Romana
havia se afastado do Evangelho,
Lutero fixou suas 95 teses nas portas da Catedral de Wittenberg, iniciando assim a chamada Reforma
Protestante.
Timothy George (2013, p. 89):
"O protesto de Lutero contra a Igreja Romana não foi fundamentalmente moral, como o de Erasmo e
outros reformadores; mas, sim, teológico. A graça de Deus é a graça
de Deus. Não podia ser comprada,
vendida ou parcelada em indulgências. `Se o papa tem controle sobre
as almas no purgatório, por que ele
não abre os portões e as deixa sair? ;
ironizava Lutero. O papado, que era
de origem humana e não divina,
havia se apropriado indevidamente
de uma prerrogativa que pertencia
apenas a Deus".
2.2. Ulrico Zuínglio.
Teólogo suíço e principal líder da Reforma
Protestante na Suíça, tinha alguns
pontos em comum com Lutero: refutava a autoridade do papa, pois
somente as Escrituras possuem
total autoridade (2Tm 3.16); acreditava que tudo deve ser apreciado segundo a Bíblia (2Pe 1.20,21);
defendia a doutrina da justificação
somente pela fé (Rm 4.5). Zuínglio entendia que a fé é um dom
do Espírito Santo, não tendo afinidade intrínseca com o batismo
nas águas. Ele entendia que o falar em línguas é um dom dado aos
crentes que serve como um sinal
para os não-crentes.
W. Walker (1981, p. 35) comenta
sobre Zuínglio: "É interessante notar que o seu passo inicial não foi,
como o de Lutero, a questão de como se tornar aceitável a Deus, mas
a convicção de que somente a Bíblia
é obrigatória aos cristãos. E...] Preparou 67 breves artigos, afirmando
que o Evangelho não tira sua autoridade da Igreja, a salvação é pela
fé, negando o caráter sacrificial da
missa, a salvação pelas boas obras,
o valor intercessório dos santos, a
obrigatoriedade dos votos monásticos, a existência do purgatório.
Declarou, ainda, ser Cristo a única
cabeça da Igreja e advogou o casamento dos clérigos"
2.3. João Calvino.
Calvino deixou
como legado uma das mais significativas produções literárias do
século 16. Alguns o criticam injustamente, dizendo que ele não deu a
atenção necessária ao Espírito Santo em seus escritos. Entretanto, ao
ler a obra de Calvino, vemos que
ele deu atenção direta à pessoa do
Espírito Santo ao abordar assuntos
referentes às demais áreas da Teologia Sistemática, como: Teontologia, Soteriologia, Eclesiologia e Pneumatologia. Não é sem motivo
que ele é chamado pelos estudiosos
modernos de o "Teólogo do Espírito Santo'; pois foi o primeiro a sistematizar de forma clara o ensino
bíblico sobre o Espírito Santo.
Roberto Menzies (2020, p. 53):
"Todos podemos concordar que
Calvino e outros teólogos reformados interpretaram Paulo muito
bem. Calvino destaca corretamente
o papel do Espírito Santo na regeneração, na eficácia dos sacramentos, na justificação. O Espírito Santo é o grande "mestre interior" que
dá testemunho em nosso coração
da verdade do evangelho. Assim,
juntos, afirmamos que todo cristão recebe o Espírito vivificador e
habilitador".
EU ENSINEI QUE:
A Reforma Protestante foi, sem dúvida,
um mover de Deus para redirecionar a
Igreja à sua verdadeira vocação.
3- As implicações da Reforma
A Reforma Protestante aconteceu em uma conjuntura de
grandes mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas
na Europa, influenciando na
formação dos estados modernos. Depois dela, surgiram novas denominações cristãs.
3.1. Espírito Santo na vida de Lutero.
Para Lutero, o Espírito Santo
era uma Pessoa admirável, a ser
apreciada e amada, e não um barulho a ser sentido. Lutero, certamente impulsionado pelo Espírito
Santo, teve o cuidado de estudar
a Bíblia e iniciar um longo e progressivo retorno à visão teológica
mais coerente com a autoridade
das Escrituras.
Timothy George (2013, p.
83-84): "Para Lutero, a Bíblia
era `o livro do Espírito Santo', `o
veículo do Espírito', não apenas
suas palavras, mas até suas frases são inspiradas; mesmo sendo
escritas por homens, mas vindas de Deus. Ele e outros reformadores enfatizavam o caráter
dinâmico da Bíblia. As passagens bíblicas eram consideradas
eventos vivos, aqui e agora. O
Espírito vivifica! Assim, é possível `sentir' as palavras da Escritura `no coração".
3.2. A salvação se fundamenta na
fidelidade de Deus.
Lutero estava descontente com as práticas
e a posição do clero a respeito da Salvação. Ele via com tristeza a Igreja defender a ideia de
que a Salvação não se dava pela
fé apenas, mas pelas boas obras.
Pregava-se, por exemplo, que a
remissão dos pecados e a salvação da alma podiam ser obtidas
por meio de remuneração em
dinheiro. Esses foram os fatores centrais que levaram Lutero
a posicionar-se contra a Igreja
Romana.
Alister McGrath (2014, p. 164):
"Para Lutero, assim como para
os reformadores em geral, é possível ter certeza da salvação. A salvação se fundamenta na fidelidade de Deus às suas promessas de
misericórdia; deixar de ter certeza
da salvação seria, de fato, duvidar
da confiabilidade e fidelidade de
Deus".
3.3. As 95 teses.
Talvez Lutero não
tenha imaginado que, ao fixar as 95
teses na porta da igreja do castelo
alemão de Wittenberg, em 1517, ele
passaria a ser um dos personagens
principais da história da Igreja. As
95 teses alastraram-se com rapidez
pela Europa, por conta do intenso uso da imprensa no século 15. Essa
invenção mudou o processo de produção de livros, que saiu da escala
artesanal para a industrial. Com
isso, as ideias de Lutero se propagaram e conquistaram seguidores
em toda a Europa.
Eddie Hyatt (2021, p. 101-102)
sobre Lutero e o ministério miraculoso do Espírito Santo: "Lutero também defendeu a atividade
do Espírito Santo como fonte de
autoridade e ensino. Em um de
seus primeiros escritos, chamado
O cativeiro babilônico da igreja,
ele certificou aos seus leitores que, quanto à verdade ali apresentada,
ele a aprendera `sob o guiamento do Espírito Santo: Além disso,
quando foi desafiado pela Igreja e
pelas autoridades civis em Worms acerca da origem da autoridade, ele confiou na revelação que
Deus lhe deu pela Palavra; mas,
de uma maneira pessoal, pela via
do Espírito".
EU ENSINEI QUE:
Lutero estava descontente com as práticas e a posição do clero a respeito da
Salvação.
CONCLUSÃO
Devemos permanecer vigilantes e em oração para não nos afastar das Escrituras, da suficiente graça de Deus e da fé. Nossa pregação deve ser cristocêntrica, plenamente consciente de que dependemos do Espírito Santo para
cumprir a missão que recebemos de Jesus Cristo.
Subsídio Lição 3
Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)
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