Sete Provisões de Purificação e seu Cumprimento em Cristo
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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Hebreus 9.11-15,24
11 - Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,
12 - nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
13 - Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne,
14 - quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?
15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
24 - Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante d face de Deus.
TEXTO ÁUREO
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
1 João 1.7
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Hebreus 9.23,24
Era necessário purificar as representações celestiais
3ª feira - Romanos 5.19-21
A graça de nosso Senhor superabundou
4ª feira - 1 João 3.4-9
O pecado é iniquidade
5ª feira - Colossenses 1.12-14
Cristo é a imagem do Deus invisível
6ª feira - 1 Pedro 1.13-16
Sede santos, porque Eu sou santo
Sábado - Salmo 51
Tem misericórdia de mim, ó Deus
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- conhecer a prática histórica de sacrifícios de animais ordenada por Deus para a purificação do povo;
- compreender que, na Era da Graça, a purificação dos pecados é alcançada pelo sangue de Jesus;
- reconhecer a importância da fé para obter a purificação dos pecados.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, oriente seus alunos a compreenderem que apenas o sacrifício de Jesus é capaz de trazer salvação ao pecador. Ofertas, boas obras ou tentativas de autorredenção são insuficientes.
Estes elementos são absolutamente complementares.
A verdadeira purificação do homem provém exclusivamente do poder do sangue de Jesus, derramado na cruz.
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
No Antigo Testamento, Deus estabeleceu sete provisões específicas para a purificação — ou limpeza — de diversas formas de contaminação pelo pecado. Essas práticas simbólicas prenunciavam de maneira marcante a redenção final que se daria por meio da morte de Seu Filho Unigênito.
As sete provisões incluem: (1) o grande Dia da Expiação; (2) os sacrifícios regulares pelo pecado e (3) pela transgressão da Lei; (4) ritos de purificação pelo contato com um cadáver: (5) ritos de purificação da lepra; (6) a lavagem na pia; e (7) a mitra do sumo sacerdote.
1. FUNDAMENTOS DA EXPIAÇÃO E REDENÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
Neste tópico, serão apresentadas as três primeiras provisões fundamentais dos rituais de purificação inscritos no Antigo Testamento.
1.1. Primeira provisão: o grande Dia da Expiação (Yom Kippur)
Todo ano, no Dia da Expiação, também conhecido como sábado de descanso solene (Lv 16.31 ARA), sacrifícios eram realizados para purificar a nação de Israel. Durante este dia inteiro de solenidade, o sangue de animais era derramado como parte do ritual, simbolizando a eliminação completa dos pecados do povo (Lv 16.29,30).
1.1.1. Elementos do sacrifício por Arão e sua casa
Arão, como sumo sacerdote, iniciava o ritual de expiação despojando-se de suas vestes sacerdotais e purificando-se em água, simbolizando humildade e renúncia (Lv 16.4). Ele vestia então linho branco, que representava pureza, essencial para acessar o Sagrado. Seguia-se o sacrifício de um novilho, ato que simbolizava a morte que Arão mereceria por seus pecados, com ele transferindo simbolicamente suas iniquidades para o animal ao colocar a mão sobre sua cabeça (Lv 16.12). Levando o sangue quente, Arão entrava no Santo dos Santos, onde queimava incenso para ocultar a presença divina e evitar a morte, como prescrito em Levítico 16.13 e Êxodo 33.20. Lá, ele aspergia o sangue no propiciatório sete vezes, realizando a purificação dele e de sua família, simbolizando sua intercessão pelo povo perante Deus.
1.1.2. Elementos do sacrifício pelos pecados do povo
No Dia da Expiação, utilizavam-se dois bodes: um para à expiação e outro para ser solto no deserto, além de um carneiro para holocausto (Lv 16.7-10). O sacerdote sorteava entre os bodes para determinar suas funções: o bode destinado ao Senhor era sacrificado, e seu sangue era usado para purificar o Lugar Santo, o Tabernáculo e o povo. O sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, atravessando o véu, e aspergia o sangue no propiciatório, a tampa da arca, sete vezes (Lv 16.14,15). O corpo do bode sacrificado era queimado fora do acampamento (Lv 16.27). Em seguida, o sumo sacerdote colocava as mãos sobre o segundo bode, o bode emissário (ou bode Azazel NVI), confessando as iniquidades de toda a nação e, então, o enviava ao deserto, simbolizando a remoção dos pecados do povo (Lv 16.21,22).
ASPECTOS TIPOLÓGICOS DO DIA DA EXPIAÇÃO
O SACERDOTE ASPERGIA SANGUE NO CRISTO ENTROU NO SANTUÁRIO CELESTIAL COM
PROPICIATÓRIO NO LUGAR SANTÍSSIMO. SEU PRÓPRIO SANGUE, GARANTINDO-NOS ETERNA REDENÇÃO (HB 9.12).
O SACERDOTE DESPOJAVA-SE DAS SUAS JESUS FOI DESPOJADO DE SUA TÚNICA, QUE FOI OBJETO ROUPAS DE GALA E VESTIA UMA TÚNICA DE DE DISPUTA ENTRE OS SOLDADOS ROMANOS (JO 19.23).
LINHO BRANCO.
DEPOIS DA EXPIAÇÃO, FAZIA-SE UMA FESTA, LIVRES DA CULPA DO PECADO, PODEMOS FESTEJAR E OFERECENDO-SE HOLOCAUSTOS PELO ALEGRAR-NOS NO SENHOR (NE 8.10).
SACERDOTE E PELO POVO.
O BODE DESTINADO A JEOVÁ ERA QUEIMADO JESUS FOI CRUCIFICADO FORA DA CIDADE, EM UM LUGAR FORA DO ARRAIAL. CHAMADO GÓLGOTA (MC 27.33; HB 13. 12).
O BODE EMISSÁRIO ERA SOLTO NO DESERTO. OS NOSSOS PECADOS FORAM REMOVIDOS PARA SEMPRE
E NÃO ESTÃO MAIS DIANTE DE NÓS (SL 51.3; JR 31.34).
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A prática repetitiva e anual dos ritos sacerdotais destaca, sobretudo, a transitoriedade e insuficiência da antiga aliança; esta preparava o terreno para o novo e definitivo pacto em Cristo, que oferece um acesso permanente a Deus.
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1.2. Segunda e terceira provisões: sacrifícios pelo pecado e sacrifícios pela transgressão da Lei
Esses sacrifícios sublinham a constante necessidade de purificação e a gravidade do erro. Devido às suas semelhanças, ambos os tipos de ofensas serão abordados conjuntamente.
1.2.1. Sacrifícios pelo pecado
Esta oferta era oferecida em qualquer tempo e por qualquer pessoa que transgredisse um dos mandamentos do Senhor, ou praticasse uma transgressão específica. Esse sacrifício era oferecido antes de todos os demais. Se alguém quisesse oferecer um holocausto e tivesse cometido uma iniquidade, deveria, primeiro, oferecer um sacrifício pelo pecado e depois o holocausto.
Havia quatro tipos principais de sacrifícios pelo pecado prescritos no Livro de Levítico, a saber:
- pecados do sacerdote (Lv 4.1-12) — envolvia um novilho sem defeito, refletindo a alta posição do sacerdote na sociedade;
- pecados da congregação (Lv 4.13.21) — este era realizado quando uma transgressão comunitária era cometida, mas o autor não era identificado;
- pecados do príncipe (Lv 4.22-26) — quando um líder era encontrado em falta ou confessava seu erro, ele deveria oferecer um bode, seguindo o mesmo procedimento dos outros sacrifícios;
- pecados de qualquer pessoa (Lv 4.27-35) — para delitos individuais, era necessário oferecer uma cabra fêmea ou uma cordeira, seguindo o mesmo ritual. Jesus, nosso eterno sumo sacerdote, realizou um sacrifício único e definitivo por todos os pecadores — seja servo ou senhor, pobre ou rico, influente ou humilde, famoso ou desconhecido — oferecendo a Si mesmo (Hb 7.27; 9.12; 10.10).
1.2.2. Sacrifícios pela transgressão da Lei
No Livro de Levítico, capítulos 5 e 6, a Lei Mosaica detalha procedimentos específicos para expiação de transgressões que expressam determinadas atitudes e comportamentos rejeitados por Deus, a saber: blasfêmia não denunciada (Lv 5.1); contato com impurezas (Lv 5.2,3); juramentos precipitados (Lv 5.4); ignorância sobre coisas sagradas (Lv 5.15,17); e transgressões dos mandamentos (Lv 6.1-7).
2. RITUAIS PROFUNDOS NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA VETEROTESTAMENTÁRIA
Neste tópico, serão exploradas duas importantes práticas do Antigo Testamento que destacam a profundidade das leis de purificação estabelecidas por Deus.
2.1. Quarta provisão: purificação do contato com um cadáver
Este ritual era obrigatório não só em casos de mortes ocorridas dentro de uma tenda, onde tocar o corpo sem vida era inevitável (para auxiliar, mover ou sepultar o falecido). Se ocorresse qualquer contato com um morto, intencional ou casualmente, isso tornava a pessoa impura por sete dias (Nm 19.11-14).
Para purificar aqueles que entravam em contato com um cadáver, simbolizando a santidade da vida e a impureza associada à morte, rituais específicos eram seguidos. Uma bezerra ruiva era sacrificada, cujas cinzas, misturadas com madeira de cedro, hissopo e carmesim em água, formavam a água de separação. Essa água era usada para aspergir a pessoa no terceiro dia e novamente no sétimo dia para limpeza completa (Nm 19.1-10).
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As cinzas — mencionadas em Números 19.9,10 — remontam à obra concluída, indicando que O sacrifício fora aceito. Referência a essa tipologia certamente é feita em Hebreus 9.13 e em Hebreus 10.22.
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2.2. Quinta provisão: purificação da lepra
A lepra, frequentemente utilizada como símbolo do pecado (Nm 12.111: 2 Rs 5.20-27), era caracterizada como uma enfermidade terrível e incurável (naquele tempo). Devido à sua natureza debilitante e marginalizadora, exigia um complexo processo de purificação.
Os rituais descritos em Levítico (caps. 13-14) aplicavam-se exclusivamente aos que ficavam sarados da lepra. Qualquer um que exibisse sintomas da doença deveria ser examinado por um sacerdote (Lv 13.3,6,15,39) e — se confirmado o diagnóstico — não seriam purificados e passariam a viver isolados, fora do acampamento.
O rei Davi, no Salmo 51, fez uma alusão tipológica a essa provisão, ao constatar que precisava ser purificado de sua iniquidade: Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve (v. 7).
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A cura da lepra dependia exclusivamente da intervenção divina, simbolizando o profundo processo de purificação que o Messias realizaria. Por intermédio de Cristo, a humanidade ficaria limpa das manchas, do mau cheiro e do apodrecimento produzidos pelo pecado, sendo restaurada à plena comunhão com o Etemo.
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3. OS RITUAIS DE PURIFICAÇÃO SACERDOTAL E SUA CONEXÃO CRISTOLÓGICA Neste tópico, serão explorados os métodos pelos quais os sacerdotes deveriam manter-se limpos e santos perante o Senhor. Cada um desses elementos prefigura a purificação mais profunda e completa que é realizada em Cristo, nosso sumo sacerdote perfeito.
3.1. Sexta provisão: purificação pela lavagem na pia
Como mencionado em lições anteriores, a pia ou lavatório, confeccionada a partir dos espelhos de cobre doados pelas mulheres no deserto (Êx 38.8), era essencial para a purificação dos sacerdotes antes de adentrarem nos espaços sagrados do Tabernáculo. Este utensílio continha água usada para a limpeza ritual que precedia os serviços no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo (Êx 30.18-20).
No Novo Testamento, esse simbolismo é aprofundado na figura de Cristo, conforme descrito em Efésios 5.25,26. Assim como a água da pia purificava os sacerdotes, o Filho de Deus, por meio do Seu sacrifício no altar de cobre, purifica a Igreja com a água da Palavra, santificando-a. Este ato de amor e entrega é prefigurado pelo ritual de purificação, reforçando a conexão entre as ofertas antigas e O suplício definitivo do Cordeiro Santo.
3.2. Sétima provisão: a mitra do sumo sacerdote
A última provisão destacada neste estudo ressalta a exigência de santidade pelos sacerdotes, que deveriam apresentar-se puros diante de Deus para que o povo também fosse aceito em santidade, conforme estabelecido em Êxodo 19.22.
Como mencionado na lição anterior, os sacerdotes cobriam sua cabeça com uma mitra, ou turbante feito de linho branco, onde na parte da frente atavam uma placa de ouro gravada com as palavras Santidade ao Senhor (Êx 28.36-38). Essa vestimenta alertava para a pureza requerida no serviço sagrado, lembrando do pacto de santidade que o Altíssimo fez com Seu povo, conforme ordenado a Moisés em Levítico 19.2.
A tipologia aplica-se a todo o povo de Deus e seus líderes, que são chamados a viver em santidade, conforme destacado em Levítico 20.7, Colossenses 1.12, 1 Pedro 1.16 e 1 Coríntios 6.11.
CONCLUSÃO
Este estudo não apenas atravessa as barreiras do tempo, mas também ilumina as exigências divinas de pureza e o caminho para a redenção detalhados no Antigo Testamento. Cada lei e rito de expiação reflete profundamente sobre a seriedade do pecado e a sua consequente abominação perante o Senhor, ao mesmo tempo que aponta para o sacrifício definitivo de Seu Filho, que nos redime e purifica.
Esses rituais, embora simbólicos, são fundamentais para compreendermos a extensão da santidade de Deus e a nossa chamada para viver de modo digno. Ao observarmos tais práticas, somos incentivados a reconhecer a contínua necessidade de purificação espiritual e a abraçar a redenção oferecida por Cristo.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1 Quais são as sete provisões divinas para purificação de pecados mencionadas no Antigo Testamento?
R.: O grande Dia da Expiação; os sacrifícios regulares pelo pecado e pela transgressão da Lei; ritos de purificação pelo contato com um cadáver; ritos de purificação da lepra; a lavagem na pia; e a mitra do sumo sacerdote.
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