Mostrando postagens com marcador ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de março de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 10 / Revista nº 72

                                              

O Triunfo da Esperança

 __/___/____

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Ezequiel 36.8-15,24
8- Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos e dareis o
vosso fruto para o meu povo de Israel; porque estão prestes a vir. 
9- Porque eis que eu estou convosco; e eu me voltarei para vós, e sereis lavrados e semeados.
10- E multiplicarei homens sobre vós, a toda a casa de Israel, sim, a toda ela: e as cidades serão habitadas, e os lugares devastados serão edificados.
11- E multiplicarei homens e animais sobre vós; e eles se multiplicarão e frutificarão; e vos farei habitar como dantes e farei vosso estado melhor
que nos vossos princípios; e sabereis que eu sou o Senhor. 
12- E farei andar sobre vós os homens, o meu povo de Israel; eles te possuirão, e serás a sua herança e nunca mais os desfilharás.
13- Assim diz o Senhor Jeová: Visto como vos dizem: Tu és uma terra que devora os homens e és uma terra que desfilha os seus povos;
14- por isso, tu não devorarás mais os homens, nem desfilharás mais os teus povos, diz o Senhor Jeová.
15- E farei que nunca mais se ouça em ti a afronta dos gentios; e não levaras mais sobre ti o opróbrio das nações, nem mais desfilharás a tua nação, diz o Senhor Jeová.
24- E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, vos trarei para a vossa terra.

TEXTO ÁUREO
  E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós me sereis por povo, e eu vos serei por Deus. Ezequiel 36.28

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Ezequiel 37.11 
Pereceu a nossa esperança
3ª feira - Jeremias 17.13
O Senhor, esperança de Israel
4ª feira - Jeremias 14.8
O Senhor é a nossa esperança no tempo da angústia
5ª feira - Jeremias 31.17
Há esperança para o futuro de Israel
6ª feira - Salmo 146.5
Bem-aventurado aquele cuja esperança está no Senhor
Sábado - Romanos 8.24
A esperança salva

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 
  Entender as causas das dificuldades dos exilados do Reino de Judá no cativeiro babilónico:
  Compreender que Deus é a esperança para o Seu amado povo:
  Conscientizar-se de que, por mais difícil que seja a situação que nos oprime, a presença do Senhor traz alento e certeza de proteção.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Caro professor, nesta lição abordaremos a última seção do livro do profeta Ezequiel, que trata da restauração da nação de Israel. A esperança nas promessas de Deus estava vivida no coração de cada israelita. 
  Mostre aos alunos que, no ano 539 a.C., a Babilônia foi anexada pelo Império Medo-persa, e Ciro em cumprimento a uma profecia contida no livro do profeta Isaias - dera permissão aos judeus para retornar a Terra Prometida e restaurar o Templo (Is 45.1-6).
  Destaque em sua aula o fato de que Deus permitiu a calamidade e a destruição da nação, para que o povo fosse curado dos seus pecados e pudesse servir a Jeová de maneira mais profunda e intima.
  Ensine aos alunos que Deus tem o poder de mudar as situa- coes mais as alunos que desesperança sempre triunfa. 
  Tenha uma excelente aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  O livro do profeta Ezequiel, em seus primeiros 24 capítulos, prediz a destruição de Judá e da cidade de Jerusalém. Na sequência do livro (caps. 25-32), o profeta trata do cerco babilônico, da inevitável queda de Jerusalém e do juízo divino sobre sete nações pagãs. Nos últimos capítulos (33-48), a mensagem chega ao seu ápice, tratando da futura restauração da nação pela poderosa mão de Deus.

1. A ESPERANÇA NÃO MORREU
  Deus expôs a Ezequiel o sentimento que dominava o coração dos cativos, que estavam distantes de sua amada pátria, sofrendo com a opressão babilônica. Em meio ao caos, Deus proporcionou uma voz de alento e conforto ao povo, por intermédio do profeta da esperança.
  Com ousadia, Ezequiel anunciou aos corações endureci dos e desesperançados, que o Senhor os restauraria à Terra Prometida, e eles reedificariam tanto a cidade de Jerusalém quanto o Templo (Ez 37.11-14).

1.1. A desesperança da nação
  Ezequiel estava na Babilônia quando recebeu a mensagem de um israelita que escapara de Jerusalém, comunicando-lhe que a cidade fora destruída pelas forças babilônicas (Ez 33.21,22; Jr 51.4-14). O profeta recebeu visões sobre o futuro da nação - a restauração que ocorreria nos últimas dias, as quais teriam o seu cumprimento no retorno do povo do cativeiro babilônico.
  Judá estava dentro desse quadro de adversidade extrema, por quanto havia se contaminado com as práticas pecaminosas das nações vizinhas (Ez 36.17). Os israelitas estavam comprometi dos com a idolatria e a violência, derramando sangue sobre a terra, profanando o nome do Senhor (Ez 36.18). Por essa razão, receberam o julgamento divino, conforme seus caminhos e feitos (Ez 36.19). O justo Juiz espalhou os israelitas entre as nações.

1.1.1. O juízo de Edom
  Jeová destinou Canaã ao povo escolhido (Gn 12.1-3; js 1.6; Ez 37.14). Os edomitas, descendentes de Esaú, nutriam grande ódio, inveja e inimizade contra os israelitas (Gn 36; Ez 35.11), porque desejavam possuir a Terra Prometida para transformá-la em pasto (Ez 35.10,12).
  Naquela época, havia o entendimento de que a derrota de uma nação refletia a incapacidade de a sua divindade defendê-la (Ez 36.19,20). Deste modo, o juízo divino sobre Israel alegrou as nações inimigas (Ez 36.2). Nesse clima de inimizade, de longuíssima data, os edomitas, propositadamente, abandonaram os filhos de Israel à violência da espada (Ez 35.5) e, com alegria, contemplaram a destruição de Israel (SI 137.7; Ez 35.15).
  Ezequiel, no entanto, anunciou que o Senhor julgaria todas as nações, inclusive Edom (Ez 36.5). Mesmo em cativeiro, Israel não perderia sua terra para qualquer outra nação.
______________________________
  Em nenhum período de sua história, Israel conquistou a terra plenamente, como era a vontade do Senhor. O tempo de possuí-la em plenitude ocorrerá no Milênio, quando Cristo reinará gloriosamente com os escolhidos.
______________________________
1.2. O Deus da esperança
  A palavra esperança tem origem no substantivo grego elpis, que significa "expectativa favorável e confiante", e no vocábulo latino sperare, o sentimento que leva o homem a olhar para o futuro de maneira favorável.
  A esperança não é apenas um sentimento, mas um comportamento a ser cultivado no enfrentamento das adversidades momentâneas, com a certeza de que mudanças promissoras ocorrerão.
  Mesmo diante da destruição do Reino de Judá, da cidade de Jerusalém e do Templo, os israelitas receberam da parte de Deus uma mensagem de esperança, indicando que um futuro glorioso lhes aguardava (Jr 31.16,17). A esperança de Israel não havia perecido; ela os resgataria no tempo da angústia (Jr 14.8).

1.3. A mensagem de esperança
  O Senhor colocou nos lábios de Ezequiel uma mensagem de restauração para a nação - não mais de julgamento - , a qual encheu o povo de esperança.
  Os israelitas, que haviam sofrido com a deportação para uma terra que não conheciam e com a destruição de sua nação, receberam do Eterno a promessa de voltar para sua terra e contemplar, novamente, a fruição da vida (Ez 36.8).
  Os montes, outeiros, correntes e vales que foram assolados tornar-se-iam um jardim do Éden (Ez 36.4.35). A população que fora dizimada pela fome, peste e guerra seria lavrada, semeada e multiplicada (Ez 36.9,10) e novamente andaria no chão da sua possessão (Ez 36.12; Gn 13.17; Js 1.3).
  As cidades devastadas pelo poderio bélico dos invasores seriam reedificadas e habitadas (Ez 36.33). Os animais se multiplicariam e, assim, encheriam os pastos de Israel (Ez 36.11).
  Deus colocou um ponto final nas afrontas dos gentias (Ez 36.15); assim, os povos que cobiçaram o território israelita e profanaram Seu santo nome ficaram cientes de que Ele é o único Soberano e tem o poder de restaurar e cumprir as promessas que fez ao Seu amado povo (Ez 36.35-38).

2. PASSOS PARA A RESTAURAÇÃO DA NAÇÃO
  Deus sempre age de maneira completa. Ele não propos restaurar a nação apenas do ponto de vista territorial e/ou económico, isto é, no que tange à reconstrução das cidades, da fauna e da flora. Mas, principalmente, de sua decadència espiritual (Ez 36.33). A partir deste verso é possível observar que as bênçãos materiais são consequência de uma vida espiritual santificada e alicerçada nas Escrituras.
______________________________
  Na conversa com Nicodemos, o mestre Jesus ensina sobre a necessidade do novo nascimento, que ocorre pela ação do Espírito Santo e da Palavra (Jo 3.5; Ef 5.26,27).
______________________________
2.1. A purificação 
  Após promover o retorno de Judá à sua própria terra, o Senhor purificaria a nação de todas as imundícies e práticas idólatras, espalhando água (Ez 36.25) uma prática comum de purificação das impurezas cerimoniais (Ex 29.4; 30.17-21).

2.2. A regeneração
  O coração corresponde à sede das emoções, vontade e decisões, o espirito, à sede da razão e do pensamento. O espírito deve regular as emoções, e ambos necessitam da transformação e do controle do Espírito Santo (Ez 36.26).
  Apenas Deus conhece profundamente o coração do homem e suas verdadeiras intenções. Por essa razão, somente Ele tem o poder de transformar um coração insensível, rebelde, duro e obstinado em um coração sensível, obediente, leal e desejoso de cumprir Sua boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12.1,2)

2.3. A ação do Espírito Santo
  O Senhor colocaria o Seu Espírito no coração dos israelitas, e eles obedeceriam à Sua Palavra e praticariam os Seus mandamentos (Ez 36.27). Este texto de Ezequiel revela a grande afinidade havida entre o Espírito Santo e as Escrituras Sagradas: Ele usa as verdades bíblicas para restaurar e santificar o Seu povo (Jo 14.26; 17.17).
  Por esta operação do Espírito Santo, Israel habitaria em sua própria terra e Jeová seria o seu único Deus, concedendo-lhe toda sorte de bênçãos, inclusive as materiais (Ez 36.29,30).

3. NÍVEIS DA RESTAURAÇÃO
  A visão do vale de ossos secos é uma das passagens mais conhecidas e pregadas pela cristandade (Ez 37.1-14). Entre os judeus, corresponde à leitura dos profetas nas sinagogas durante a festa da Páscoa.

3.1. A restauração nacional e espiritual de Israel
  Nesta visão, Deus confortou uma nação desesperançosa, que nutria o sentimento de ter sido cortada (Ez 37.11). A mensagem do vale de ossos secos foi concedida e interpretada pelo próprio Deus de Israel (Ez 37.1,2, 11,12): o vale corresponderia ao lugar do juízo; os ossos desconjuntados e separados seriam os israelitas separados e dispersos com a destruição dos Reinos do Norte (Israel), pelos assírios, e do Sul (Judá), pelos babilônios. Eles estariam secos porque sua esperança havia morrido (Ez 37.11).
  É preciso destacar que esta mensagem não se destina à Igreja, como alguns costumam afirmar, mas trata da restauração política (Ez 37.1-8) e espiritual (Ez 37.9-14) da nação de Israel. 
  No primeiro Congresso Sionista Basileia, Suíça, 1897 -, o jornalista Theodor Herzl declarou: "Em Basileia fundei o Estado Judeu. Se eu dissesse isto em voz alta, hoje em dia, o riso generalizado seria a resposta. Talvez em cinco anos, certamente dentro de 50 anos, todos o reconhecerão.". Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel como continuidade do Israel bíblico. 
  A vontade de Deus sempre prevalece sobre a vontade humana: a primeira parte desta gloriosa profecia - a restauração política - cumpriu-se diante das impossibilidades diplomáticas e da gigantesca oposição árabe. Certamente, a segunda parte - a restauração espiritual - também ocorrerá. Afinal, Deus não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa (Nm 23.19).

3.2. O fim da divisão
  Israel desfrutou de um período de unidade nos reinados de Saul, Davi e Salomão. Esse período é conhecido como monarquia unida e durou aproximadamente 120 anos. No fim do reinado de Salomão, seu filho, Roboão, sucedeu-o no trono e infelizmente, provocou a ruptura do reino unido em 931 a.C.
  Assim, surgiu o Reino do Norte (ou Israel), formado por dez tribos, com Samaria como capital. As dez tribos foram levadas para o cativeiro assírio em 722 a.C. O Reino do Sul (ou Judá), formado pelas tribos de Judá e Benjamim, com Jerusalém como capital, caiu diante do poderio militar dos babilônios entre os anos 606-586 a.C.- o que aconteceu em três etapas.
  Deus usou um recurso visual - a figura de dois pedaços de madeira, correspondentes aos reinos divididos de Judá e Israel - para demonstrar que ambos seriam reunidos novamente para formarem uma única nação debaixo da liderança do descendente de Davi (Ez 37.16,17, 22,24).
  Isto revela que o desejo de Deus é a união do Seu povo (Ez 37.19; Jo 17.22-24). E, para que essa união se concretizasse, Ele aplicaria o poder da Sua Palavra e constituiria um líder capaz de zelar pela unidade do Seu povo (Ez 37.23,24).

CONCLUSÃO
  Deus não permite que a esperança do Seu povo morra; Ele sempre age no sentido de restaurá-la (Ez 37.1,2). Com essa finalidade, Ele anuncia Sua poderosa Palavra (Ez 37.4- 6); manifesta Seu poder sobre o impossível e traz de volta a vida (Ez 37.7-9,12,14).
  Mesmo tendo poder para operar sozinho, Deus chama homens para colaborar com Sua obra, como fez com Ezequiel, seu atalaia. Jeová chamou o profeta para contemplar o impossível (Ez 37.2); ativou sua fé (Ez 37.3); e deu-lhe a Sua Palavra, a qual ele obedientemente anunciou (Ez 37.4,5,7). 
  O agente supremo da restauração é o Espírito Santo; no entanto, espera-se do ser humano os seguintes posicionamentos de conversão e rendição: 
  Liberdade e convite - Vem dos quatro ventos, ó Espírito (Ez 37.9);
  Acessibilidade - (...) então o Espírito entrou neles (Ez 37.10);
  Ação produtora de vida - (...) então o Espírito entrou neles e viveram (Ez 37.10);
  Levante e permanência - (...) e se puseram em pé (Ez 37.10); 
  Mudança de perspectiva (...) um exército grande em extremo (Ez 37.10).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quem é a esperança de Israel?

R.: O Senhor dos Exércitos.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp) 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 9 / Revista nº 72

                                            

A Responsabilidade é Pessoal

 __/___/____

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Ezequiel 18.20-27
20- A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
21- Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 
22- De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá.
23- Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor Jeová; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?
24- Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 
25- Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?
26- Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
27- Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e pratican- do o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.

TEXTO ÁUREO
  Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18.4

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Genesis 2.15-17 
Deus criou o homem e o dotou de responsabilidade
3ª feira - Ezequiel 33.2-6
A responsabilidade pessoal do atalaia
4ª feira - Deuteronômio 24.16
A responsabilidade pessoal de pais e filhos
5ª feira - Jeremias 31.29,30
A responsabilidade pessoal pela prática do pecado
6ª feira - Gálatas 6.7
A responsabilidade pessoal pela semeadura
Sábado - Romanos 14.10-12
A responsabilidade pessoal diante de Deus

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de
Compreender os efeitos de suas decisões diante de Deus: 
Entender que fomos criados pelo Senhor como seres dotados de responsabilidade individual:
Avaliar, à luz das Escrituras, se suas atitudes estão corretas

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado companheiro ministerial, estudaremos neste domingo um tema desafiador, a saber: a responsabilidade pessoal.
  O capítulo 18 do livro de Ezequiel trata de refutar a equivocada ideia judaica, de que os filhos padeciam dores como consequência dos pecados de seus pais. O profeta faz-nos saber que tal conceito se tratava, em última análise, de uma desculpa ilógica, que tinha por finalidade escapar da responsabilidade pessoal, colocando em dúvida a justiça divina.
  Apresente nas Escrituras o princípio da responsabilidade pessoal criado por Deus, com a finalidade de relacionar-se com o homem.
  Promova um período de reflexão com a classe e, depois, ensine que Deus é amoroso e gracioso com todos aqueles que se arrependem.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  Ao criar o primeiro exemplar da raça humana, Deus dotou-o de livre agência e responsabilidade por suas escolhas e decisões. Adão e Eva receberam do Todo-Poderoso a orientação de lavrar e guardar o jardim do Eden (Gn 2.15); ademais, eles deveriam ouvir e obedecer às Suas ordens (Gn 2.16,17). Lamentavelmente, o primeiro casal não permaneceu em estado de perfeita inocência; ao contrário, desobedeceu e caiu em transgressão. A partir de então, homem e mulher teriam de responder por seus atos (Gn 3).

1. O QUE É RESPONSABILIDADE PESSOAL?
  (...) Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? (Ez 18.2b): este provérbio era usa- do pelos israelitas que estavam na cidade de Jerusalém (Jr 31.29,30) e pelos que estavam no exilio babilônico (Ez 18). A sentença correspondia a uma ideia judaica equivocada, de que os sofrimentos da presente geração seriam consequência dos pecados praticados por gerações anteriores. 
  Por meio desse adágio popular, os israelitas desvalorizavam a Palavra de Deus enviada pelos profetas Jeremias e Ezequiel e simplesmente anulavam - como se possível fosse - a necessidade de arrependimento pessoal. Da mesma forma, isentavam individualmente aqueles que praticavam o pecado, uma vez que os responsáveis seriam seus ancestrais. 
  Mas, Deus, por intermédio de Seus mensageiros, desfez a falácia desse dito, revelando seus equívocos. Cada um é responsável por seu comportamento, escolhas e decisões. A geração que estava na Babilônia, sob intenso sofrimento e privações, tinha responsabilidade pela condição em que se encontrava.

1.1. Conceituando responsabilidade e decisão
  A responsabilidade (It. responsabilitas = estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações) está relacionada ao conhecimento das implicações e consequências de cada escolha, visando à determinação das melhores decisões a serem tomadas diante de uma situação específica.
  A decisão (It. decisio; do verbo de coedere = cortar uma parte de uma coisa, resolver e decidir) precisa estar fundamentada na consciência da responsabilidade individual e na certeza de que será preciso prestar contas de cada escolha feita a uma autoridade.

1.2. A transferência de responsabilidade nas Escrituras
  Ao pecar no Eden, Adão e Eva iniciaram um processo de esquiva-transferência de responsabilidades. Ambos estavam conscientes dos perigos da desobediência; esta, certamente, levá-los-ia à morte (Gn 2.17). Em vez de assumirem a responsabilidade de seus atos, eles passaram a transferi-la para outrem: Adão culpou Deus e a mulher; e esta, a serpente (Gn 3.11-13). Daquele fatídico dia em diante, todo ser humano viria ao mundo comprometido com a semente do mal, estando propenso à transferência de responsabilidades.
  As Escrituras Sagradas apresentam outros casos de transferência de responsabilidade: Sarai culpou o marido, Abrão, pela gravidez e as humilhações que sofria de Agar (Gn 16.1-6). Arão, ao ser confrontado por Moisés, culpou o povo pela fabricação do bezerro de ouro (Ex 32). O primeiro rei de Israel, Saul, transferiu para os israelitas a sua desobediência ao mandato de Deus acerca dos amalequitas (1 Sm 15.24). O juiz romano, Poncio Pilatos, consciente da inocência do justo Jesus, lavou suas mãos diante da multidão (Mt 27.15-26; At 4.27). Os israelitas da época do cativeiro, junto ao rio Que- bar, transferiram sua culpa para as gerações dos seus pais por meio do provérbio (Ez 18.3).
______________________________
 (...) Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? (Ez 18.3): Deus proibiu o uso deste provérbio entre os israelitas e afirmou que a responsabilidade é pessoal e intransferível (Ez 18.4).
______________________________
1.3. A responsabilidade pessoal nos grupos familiares
  O conceito de responsabilidade pessoal deve operar tanto no espaço privado quanto no espaço público - ressalte-se que a vida nos espaços públicos é norteada por determinados princípios de conduta. 
  No espaço familiar - privado, - cada indivíduo tem suas responsabilidades. De acordo com as Escrituras, o pai deve conhecer a Palavra de Deus (Dt 6.4-6) e ensiná-la no lar de maneira perseverante. Agindo assim, ele cumprirá sua função diante do Senhor e demonstrará cuidado e amor por sua família (Dt 6.7-9; 11.18-21). Os filhos, em contrapartida, são responsáveis por dar-lhes honra (Ex 20.12). Na Lei, os filhos estavam proibidos de agredi-los, feri-los ou amaldiçoá-los (Éx 21.15.17); entretanto, estariam desobrigados de seguir o exemplo negativo de seus antepassados (Ez 18.14).

1.4. A responsabilidade do ímpio e do justo
  A perversidade e a culpa recairão sobre aqueles que vivem em impiedade (hb. risah = culpa, perversidade, maldade e injustiça) e na prática contumaz do pecado (Ez 18.20). Entretanto, até a pessoa que vive nessas condições pode converter-se dos seus maus caminhos e guardar - em obediência os estatutos divinos. Assim, ela não morrerá; suas transgressões serão apagadas; e a dádiva da vida lhe estará garantida (Ez 18.21,27,28).
  Em contraposição ao ensino que diz: "uma vez salvo, salvo para sempre", o justo é alertado sobre o perigo da queda, que pode ocorrer em três estágios: (a) pelo desvio da justiça: (b) pelo cometimento de iniquidades; e (c) pela replicação das abominações dos ímpios. O texto de Ezequiel diz a respeito daquele que se desvia dos caminhos do Senhor: De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória, na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá (Ez 18,24,26).

2. O CONVITE PARA A CONVERSÃO
  Por intermédio de Ezequiel, o Senhor revela traços do Seu caráter e propósito, ao oferecer amor, compaixão. perdão e transformação a todos (Ez. 18.30-32).

2.1. Deus, o remetente
  As Escrituras manifestam o grande amor de Deus para com a humanidade (Jo 3.16). Aos escravizados pelo pecado, o Deus de toda graça (1 Pe 5.10) oferece oportunidade de conversão (Ez 18.23): em lugar da morte, oferece vida; em lugar da escravidão, libertação. É a esperança vencendo a desesperança.
  É do agrado do Eterno que o transgressor abandone sua vida de pecado, liberte-se da condenação da morte e descanse em seus braços de amor (Ez 18.32; 33.11). Deus continua exercendo sua longanimidade para com todos os homens, no sentido de que todos venham ao arrependimento (1 Tm 2.3-5; 1 Pe 3.9). 

2.2. Homem, o destinatário
  O convite de Deus ao homem segue alguns passos (Ez 18.30,31):
  Primeiro passo: prontidão em aceitar o convite ("vinde") do Senhor mensagem que Isaías proclamou ao sedento (Is 55.1; Jo 7.37) e Jesus, o Salvador, oferece a todos os cansados e sobrecarregados (Mt 11.28); 
  Segundo passo: conversão (Ez 18.30b) - a palavra hebraica para conversão é shub, que significa "dar meia volta, tomar ou virar para uma direção diametralmente oposta, dando as costas para as práticas pecaminosas e abandonando o pecado e os seus vícios para seguir e viver as verdades de Cristo"; 
  Terceiro passo: desejar a nova vida que somente o Criador pode proporcionar - sobre isso, assim expressou-se o profeta Ezequiel: e criai em vós um coração novo, e um espírito novo (Ez 18.31b).
  A conversão ao Senhor cria uma via de mão dupla no relacionamento com o Criador e coloca o ser humano em harmonia com a vida de exaltação, honra, serviço, devoção e amor ao Altíssimo.
______________________________
  O Senhor tem prazer na conversão daqueles que se encontram distantes do Seu amor e generosidade. A conversão garante ao convertido vitória sobre a morte e uma vida com propósitos elevados: de exaltação ao nome do Altíssimo e serviço amoroso e devotado ao Seu Reino (Ez 18.32).
______________________________
3. A RESPONSABILIDADE DOS MINISTROS DO SENHOR
  É importante ressaltar que o Senhor da Seara chama homens e mulheres responsáveis para anunciar a Sua Palavra e cuidar das Suas amadas ovelhas.

3.1. A responsabilidade de anunciar a palavra de Deus
  Em épocas antigas, os atalaias tinham como obrigação manterem-se alertas e vigilantes em uma torre alta nas cidades, para preverem possíveis ataques inimigos e anunciá-los ao seu povo (Ez 33.1-6). Por meio dessa metáfora profética, Deus ensina ao seu povo sobre a real função do Seu atalaia: estar em uma torre de vigia; prever a presença do adversário e anunciar a Sua mensagem ao mundo (jo 3.16).   Ezequiel foi constituído por Deus para esta honrosa função e deveria ouvir com cuidado as palavras que o Senhor desejava falar e, com ousadia de dotas palavras clamar as verdades divinas, som acovardar-se diante de circunstâncias das ameaças dos homens (Ez 33.7). Ele deveria - proclamar de maneira convincente - o poder transformador da palavra de Deus (Ez 33,8,9,14-16). Ao justo, ele deveria anunciar a necessidade da perseverança na fé, revelando ao seu povo a vontade do Eterno e a possibilidade de mudanças profundas na vida do pecador (Ez 33.13; Hb 2.1; Ez 33.12,20).
  Como proclamador da palavra de Deus, o salvo em Cristo não pode calar-se ou omitir-se. Ele deve apresentar a salvação do Senhor a todos os homens (Lc 24.44-48).

3.2. A responsabilidade de pastorear as ovelhas do Senhor
  No Antigo Testamento, o termo pastor correspondia aos reis de Israel (2 Sm 5.2; SI 78.70-72) e a vários líderes (2 Sm 7.7; Is 44.28; Jr 23.1-4). No Novo Testamento, corresponde a um ministério espiritual que tem por modelo o Bom Pastor, Jesus Cristo (Jo 10.11,14; Ef 4.11; At 20.28,29; 1 Pe 5.1-4).
  Em Ezequiel, Deus, o dono do rebanho, apresenta as ações equivocadas de um pastor, tais como: (a) apascentar a si mesmo (Ez 34.2); (b) tirar proveito das ovelhas (Ez 34.3); (c) faltar com zelo (Ez 34.4); (d) agir de modo opressor (Ez 34.4); (e) faltar com os cuidados, promovendo a dispersão das ovelhas (Ez 34.5,6); e (f) promover sofrimento ao rebanho (Ez 34.8). 
  Mas, também por meio do profeta Ezequiel, Deus ensinou aos pastores a cuidarem das ovelhas que lhes foram confia- das. Eles (a) deveriam buscá-las (Ez 34.11,12); (b) congregá-las (Ez 34.13); (c) alimentá-las e apascentá-las (Ez 34.13,14); (d) proporcionar repouso (Ez 34.14,15), cura, fortalecimento (Ez 34.16) e livramento dos perigos (Ez 34.22); (f) usar de e justiça (Ez 34.16,17, 20).

CONCLUSÃO
  Nesta lição, aprendemos que a vida do homem não segue pelas vias do determinismo ou do fatalismo. Quando criou o ser humano, Deus o fez livre para tomar decisões conforme o seu livre-arbítrio; ao mesmo tempo, Ele o fez responsável por suas escolhas e decisões (GI 6.7). 
  Somos responsáveis, diante de Deus e da sociedade, por nossas atitudes diante da vida - é a lei da semeadura (Gl 6.8,9).
  Gerações podem escrever uma nova história e não ficar presas a um passado de pecado. Mas, para que isso ocorra, é necessário arrependimento, obediência e fé.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. De acordo com esta lição, a que está relacionada a responsabilidade pessoal? 

R.: A responsabilidade pessoal está relacionada ao conhecimento das implicações consequências de cada escolha.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp) 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 8 / Revista nº 72

                                           

O Chamado do Filho do Homem

 __/___/____

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Ezequiel 2.1-8
1- E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
2- Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.
3- E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia. 4- E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Jeová.
5- E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta.
6- E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde. 
7- Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.
8- Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou.

TEXTO ÁUREO
  Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Não será mais retardada nenhuma das minhas palavras, e a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Jeová. Ezequiel 12.28

SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Ezequiel 3.1-3 
Filho do homem, come a palavra
3ª feira - Ezequiel 3.10
Filho do homem, coloca a palavra no coração
4ª feira - Ezequiel 3.17
Filho do homem, ouça as minhas palavras
5ª feira - Ezequiel 12.25-28
Filho do homem, minhas palavras se cumpriram
6ª feira Ezequiel 33.7
Filho do homem, atalaia de Deus
Sábado-Ezequiel 37.3-5
Filho do homem, profetiza a minha palavra

OBJETIVOS
  Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de: 
  Compreender a expressão bíblica "filho do homem" no livro profético de Ezequiel;
  Conhecer os princípios bíblicos de um chamado para o ministério:
  Conscientizar-se de que, na trajetória ministerial, encontraremos barreiras, mas, com a infinita graça de Deus, as superamos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
  Prezado professor, nesta aula abordaremos o ministério profético de Ezequiel. Para tanto, é necessário que você providencie um esboço dos fatos históricos do livro, tais como: datas, biografia do profeta e mensagem central do tomo.
  Ezequiel pertence ao género apocalíptico, tal qual os livros dos profetas Daniel e Zacarias e o livro de Apocalipse.
  Enfatize sobre a importância do chamado divino sobre a vida do servo do Senhor. É a certeza da vocação que o capacitará para o exercício ministerial e para enfrentar, com ousadia, as adversidades. 
  Use como passagens centrais para a aula de hoje os capítulos 1-3 de Ezequiel.
  Tenha uma aula abençoada.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
  O livro profético de Ezequiel pertence ao gênero literário apocalíptico, assim como os livros de Daniel, Zacarias e o próprio Apocalipse. O tomo possui uma grande diversidade de estilos, como visões, profecias, poesias e parábolas.
  O nome Ezequiel (hb. Yehez'qel = fortalecido por Deus) aparece em apenas dois momentos do livro (Ez 1.3; 24.24), estando intimamente ligado à mensagem do livro; afinal, o profeta foi fortalecido pelo Senhor, em seu ministério, e o povo foi fortalecido na esperança de um dia retornar à sua amada pátria.

1. O CHAMADO DO FILHO DO HOMEM
  A deportação de uma nação era uma prática cruel, que fazia parte da política dominadora dos babilônios, com a finalidade de punir as rebeliões e arrancar dos corações dos conquistados a esperança de uma futura restauração nacional.
  Ezequiel foi deportado para a Babilônia, juntamente com dez mil cidadãos - entre eles artífices, ferreiros, lideres e militares que ocupavam postos de destaque no Reino de Judá, - no período do reinado de Joaquim, no ano 597 a.C. (2 Rs 24.12-17). Este foi o resultado da segunda rebelião dos israelitas do Sul contra o poderio babilônico.
  Chegando à Babilônia, Ezequiel foi levado para uma al- deia de cativos judeus, conhecida como Tel-Abibe, junto ao rio Quebar, próximo à cidade de Nipur, cerca de 80Km a sudeste da grande cidade da Babilônia (Ez 1.1; 3.15).
  Mesmo longe da sua pátria, Ezequiel recebeu o chamado profético da parte de Deus, em uma época difícil e de desesperança para os israelitas do Sul.

1.1. Conceituando chamado
  A primeira seção do livro (caps. 1-3) trata do chamado (hb. qără = convocar, convidar, invocar, apelar e nomear; gr. kaleo = chamar alguém, convidar e convocar) de Ezequiel para ser o mensageiro de Deus diante do Seu povo. 
  O divino chamado possui dois lados - divino e o humano - e três princípios fundamentais: (a) a eleição, ou escolha de alguém da parte de Deus para o Seu serviço; (b) a consagração, ou separação dessa pessoa de maneira especial; e (c) a nomeação, ou seja, o Senhor constitui uma pessoa para o exercício de uma função específica.
______________________________
  Em sua raiz, o termo hebraico qārā indica o chamado de alguém para uma tarefa específica, ou a nomeação de uma pessoa da parte de Deus.
______________________________
1.2. O lado divino do chamado
  Ao analisar o chamado de Ezequiel, observam-se alguns princípios que norteiam a ação divina:
  O chamado é pessoal - E disse-me: Filho do homem (Ez 2.3) - o termo "filho do homem" é usado 93 vezes neste livro por Deus em relação a Ezequiel.
  O chamado é direto - Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote (Ez 1.3) - Deus não deixa dúvidas em Sua forma de chamar alguém, Ele sabe quem somos, a que família pertencemos e o que fazemos.
  O chamado é específico - Deus deixou clara a Sua vontade para o Seu servo. Ezequiel era filho de sacerdote, mas o Senhor tinha para ele um chamado profético (Ez 2.5,7).
  O chamado exige que o servo creia na suficiência de Deus para a provisão de sua vida e ministério - é Ele quem trata do caráter, desenvolve habilidades, concede dons, proporciona oportunidades de serviço, sustenta e protege (Ez 3.27).
  O chamado implica intimidade e comunhão com o Senhor - para servir a Deus de maneira fiel e eficiente, é necessário conhecê-lo e ter intimidade e comunhão com Ele. Como cativo na Babilônia, Ezequiel recebeu uma visão da parte de Deus e, então, reconheceu que Ele é o Soberano que está assentado em Seu trono (Ez 1.22-28).
  Quem serve ao Reino passa por momentos de angústia e tristeza, mas descansa na certeza de que jamais estará sozinho. Deus é o Consolador, e Seu poder, fonte de sustentação (Ez 3.14; Jr 1.17-19).

1.3. O lado humano do chamado
  Ezequiel ensina-nos o alto valor da obediência ao Senhor, que nos convocou para uma missão (Ez 2.4; 3.22,23). As dificuldades, perseguições e intimidações de homens ímpios não serão suficientes para desmotivar-nos (Ez 2.2).
  O profeta do pré-exilio, Miqueias, ao enfrentar as adversidades de sua ere exilio cumprir o seu ministério, afirmou que estava cheio de coragem e do Espírito do Senhor para anunciar o pecado de Israel (Mq 3.8). Ezequiel fora desafiado por Deus a ficar atento para não se tornar um rebelde, como o povo de Judá (Ez 2.8).
______________________________
  Quando Deus chama alguém para um serviço específico, Ele o faz para manifestar o Seu amor (2 Sm 5.12). Ezequiel devia anunciar com responsabilidade a palavra de Deus à sua geração, porque o Senhor de Israel amava o Seu povo e desejava libertá-lo do cativeiro (Ez 3.17-19).
______________________________
1.3.1. A preparação pessoal
  A preparação pessoal é de fundamental importância para o cumprimento do ministério e para mantê-lo ativo e produtivo (Ez 2.8-10). Ο apóstolo Paulo procurou estar pronto para os desafios ministeriais e, assim, aplicou-se à preparação (GI 1.11-19). Até próximo a sua morte não deixou de estudar para melhor servir ao seu Senhor (2 Tm 4.13).
  Após ser chamado por Deus, Ezequiel ainda permaneceu sete dias em sua casa, mostrando que há um tempo de espera e preparação imprescindíveis ao exercício ministerial (Ez 3.14-21).

2. AS CREDENCIAIS DO FILHO DO HOMEM
  As credenciais são as marcas visíveis do chamado do Senhor a alguém, e a habilitação que Ele concede aos Seus servos para, com autoridade, exercerem a função ministerial (2 Co 12.12).

2.1. A ação do Espírito Santo
  A pessoa do Espírito Santo ocupa posição de centralidade nas profecias de Ezequiel. Por isso, ele é conhecido como profeta do Espírito Santo. O Espírito entrou em sua vida depois de ele perder a força física diante da visão da glória de Deus e o capacitou a ouvir a voz do Senhor (Ez 2.2;3.24).

2.1.1. Por que Ezequiel experimentou a ação do Espírito Santo de forma distinta?
  É o Consolador quem torna a pessoa sensível para ouvir poderosa voz de Deus. Uma vida entregue à ação do Espírito Santo proporcionará, a si e aos outros, experiências transformadoras no transcorrer do seu ministério.
  Ezequiel experimentou a ação do Espírito Santo para: 
  Ouvir palavras que exaltavam ao Senhor (Ez 3.12); 
  Não permanecer prostrado (Ez 3.14); 
  Entrar na casa do Senhor (Ez 8.3,4; 11.1)  - o poder do Espirito levou o atalaia ao interior do átrio do Templo para contemplar a glória do Eterno  (Ez 43.5).
  No livro de Ezequiel, entende-se que o Espírito promove a nova vida que valoriza a palavra do Senhor (Ez 36.26.27)transmite vida (Ez 37.14) e é derramado sobre a casa de Israel (Ez 39.29).

2.2. A Palavra de Deus
  Com o livro de Ezequiel aprendemos sobre a importância da palavra de Deus para o ministério. Ezequiel deveria recebê-la (Ez 1.3) e entregá-la na sua totalidade ao povo de Israel: Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte (Ez 3.17). Para tanto, antes, ele precisaria estudá-la e ouvi-la com muita atenção.
  A Palavra precisa estar no coração, controlando as emoções (Ez 3.10). Para o mensageiro, ela é o alimento que produz vigor (Ez 3.1-3). O profeta Jeremias, diante das perseguições que enfrentava, encontrou nas palavras do Senhor uma fonte de grande alegria (Jr 15.16). O salmista Davi, também, ensina que as verdades das Escrituras são saborosas e mais doces do que o mel que goteja dos favos (SI 19.10).
  A palavra de Deus deve ser proclamada até mesmo diante da morte, pois ela tem o poder de transformar ossos secos em um grande e poderoso exército (Ez 37.4,5).

3. A MISSÃO DO FILHO DO HOMEM
  E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes (Ez 2.3). A missão que Deus confiou a Ezequiel era esta: levar Sua poderosa palavra aos israelitas de Judá e às nações, tais como: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (caps. 25-32), deixando evidente que o Eterno é soberano sobre todos os povos.

3.1. As dificuldades ministeriais do Filho do homem
  Deus revelou ao Seu servo o tipo de pessoas que ele enfrentaria no exercício do seu ministério. Em relação a Deus, eram rebeldes que não se submetiam à Sua autoridade, desprezavam a Sua aliança e cometiam transgressões contra os
  Seus mandamentos (Ez 2.3). Era, portanto, um povo altivo. insistentemente obstinado, que não se humilhava (Ez 2.4). 
  Ezequiel não deveria temê-los, nem às suas provocações, mas, com ousadia, anunciar as palavras do Senhor, à qual o povo responderia com rancor, crueldade e hostilidade (Ez 2.6).

3.2. O consolo do Filho do homem
  O exercício ministerial não é fácil: há dificuldades, intensas perseguições, calúnias e momentos de angústias. Mas, podemos confiar no cuidado e proteção do nosso Senhor que, com carinho e amor, entrará com a Sua presença e intervenção para conceder-nos vitórias (At 23.11).
  Em Ezequiel, Deus repete 66 vezes ao coração do Seu ser vo a expressão: (...) para que saibas que eu sou o Senhor (Ez 6.7b). Não se tratava de uma manifestação do Senhor como o justo Juiz, mas como o Salvador que quebra qualquer algema, abre cadeias e liberta o Seu povo para viver novos tempos.

3.3. A perseverança do Filho do homem
  Uma das principais qualidades de alguém chamado por Deus é a capacidade de perseverar diante das tribulações e adversidades. Uma pessoa perseverante segue em frente sem desanimar.
  Ezequiel recebeu do Senhor a missão de anunciar a Pala vra para uma casa rebelde; porém, foi alertado a não desistir (Ez 2.7). Como Ezequiel, somos desafiados a sermos fiéis ao chamado recebido graciosamente do nosso Senhor. Precisamos ser perseverantes e constantes na entrega da mensagem com a qual o Deus Eterno enche - e transforma - corações e mentes.

CONCLUSÃO
  Deus é o primeiro a reconhecer as dificuldades que os mensageiros de Sua palavra enfrentarão no cumprimento de seus ministérios, Isaías foi alertado para no de que o povo não tinha discernimento espiritual e era soberbo (Is 6.9,10) Jeremias ouviu de Deus que seria duramente perseguidor 1.18); Ezequiel enfrentaria, no cativeiro, um povo obstinado. cruel, rebelde e transgressor das leis divinas (Ez 2.4,6).
  Ezequiel foi chamado para deles divinas vi Soberano assentado em uma o ministério profético de glória (Ez 1.22-28). O profeta entendeu que não precisaria temera casa rebelde de Judá; ele deveria apenas proclamar a palavra de Deus (Ez 2.5,6).
  Sempre vale a pena servir Aquele que jamais abandona os Seus, um dia, servir que recompensará (Ap 22.12).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Com qual título Deus referia-se ao profeta Ezequiel? 

R.: Filho do homem.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 72 - Central Gospel

Pr Marcos André (Teólogo) - convites para ministrar palestras, aulas e pregações: contato 48 998079439 (Whatsapp)