segunda-feira, 4 de junho de 2018

ARTIGO - O que significa “filho de Davi”?


Muitos chamaram a Jesus de "filho de Davi". O que queriam dizer?

Lendo as páginas dos evangelhos, você já deve ter notado que muitas vezes Jesus foi aclamado publicamente como o “filho de Davi”. Foi assim que a mulher cananéia o chamou (Mt 15.22), enquanto suplicava por um milagre para sua filha; foi assim que o cego Bartimou o chamou (Mc 10.47), quando suplicava cura para seus olhos cegos; foi assim que a multidão o aclamou em Jerusalém, quando por ocasião de sua entrada montado sobre um jumentinho (Mt 21.9). Mas o que significa esta expressão e por que ela era tão comum na boca daqueles que queriam exaltar Jesus? Vamos meditar um pouco.
O rei prometido

Os judeus tinham conhecimento tanto da benção de Jacó sobre seus filhos, como das promessas do próprio Deus de levantar um reino eterno da descendência de Davi. Antes de morrer, Jacó tinha abençoado seu filho Judá, da seguinte forma: “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertencem, e a ele as nações obedecerão” (Gn 49.10).

Esta é certamente uma das mais belas predições na Bíblia sagrada sobre o governo do Messias, que viria da tribo de Judá. E a Davi, que era da tribo de Judá, Deus mesmo havia prometido: “a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2Sm 7.16).

O profeta Miquéias, ungido pelo Espírito de Deus, prenuncia o lugar de nascimento deste rei, descendente de Davi e da tribo de Judá: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2). Belém era a cidade de Davi (Lc 2.4,11), e foi justamente lá onde Jesus nasceu!
A expectativa da chegada do rei

Nos dias de Jesus era muito grande a expectativa do povo judeu pelo surgimento do Messias prometido (Lc 2.25,35).

Tanto os magos do oriente quanto os próprios líderes religiosos de Israel sabiam que esta profecia de Miqueias apontava para o Messias (em hebraico) ou Cristo (em grego), e até mesmo o rei Herodes ficou sabendo disto (Mt 2.1-6). Herodes, idumeu descendente dos edomitas, não era rei legítimo, mas Jesus o seria!

Jesus de fato tinha o sangue de Abraão, Isaque, Jacó, Judá e Davi correndo em suas veias! Na genealogia de Jesus está comprovada sua legítima posição como filho de Davi (Mt 1.1), embora isso não signifique, claro, que Davi fosse o pai imediato de Jesus (até porque Davi viveu uns mil anos antes de Jesus), mas que fosse seu predecessor.
Jesus, o legítimo Filho de Davi

“Filho de Davi”, portanto, era uma exclamação de alguém que reconhecia a ascendência de Jesus e a esperança de que ele fosse o Messias, como de fato ele era!(Jo 4.26). Era tratar Jesus como descendente de Davi e legítimo herdeiro do trono de Israel. Era reconhece-lo como o Senhor, assim como o próprio Davi o reconhecia: “O SENHOR [Yavé, o Pai] disse ao meu Senhor [Adonai, o Cristo]: ‘Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés’” (Sl 110.1) – um salmo profético que apontava para Jesus, como o Messias exaltado por Deus acima de todos os seus inimigos (Fp 2.9-11).

Sim, Jesus é ao mesmo tempo “leão da tribo de Judá” (Ap 5.5), como também “filho de Davi” (Rm 1.3; 2Tm 2.8). Portanto, ele é o grande Rei, aquele que, como dizia Jacó, recebeu o cetro e o bastão de comando sobre todas as nações! O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.15,16).

Tiago Rosas
Publicado em Gospel Prime

quinta-feira, 31 de maio de 2018

INTERPRETAÇÃO BÍBLICA - Aborrecer


Considere as passagens a seguir:


"Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço." Rm 7.15

"Tens, porém, isto: que aborrece as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço." Ap 2.6

Nessas passagens o termo sublinhado é uma palavra que mudou o sentido na língua portuguesa com o passar do tempo. Atualmente essa palavra recebe o sentido de "causar aborrecimento", "inquietar", "causar ou sofrer desgosto".  Porém na Palavra de Deus em suas versões no português ela traduz o verbo grego "miseõ" que possui o sentido de odiar ou desagradar, por isso foi usada a palavra aborrecer que tem no português além do seu significado "causar aborrecimento" também pode significar "odiar ou desagradar". 

Na primeira passagem Paulo está falando que aquilo que ele odeia, isso ele faz, o verbo aborrecer com o sentido de "odiar". Já na segunda passagem Jesus está afirmando na carta à igreja de Éfeso que odeia as obras dos nicolaítas, essa tradução já pode ser encontrada em algumas versões atuais.
No entanto ao traduzir o verbo grego com o sentido de "odiar" pode surgir algumas contradições como esta:

"Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." Lc 14.26

Se usarmos essa tradução podemos ter uma interpretação contraditória das palavras de Cristo, como se Ele estivesse mandando alguém odiar seus pais, porém nesse caso o verbo aborrecer deve ser entendido como "desagradar",  ficando então:

"Se alguém vier a mim, e não desagradar a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." Lc 14.26

Ao traduzir os textos bíblicos devemos levar em conta a variação do sentido das palavras desde o período mais arcaico até os dias atuais.

Pr Marcos André

quinta-feira, 24 de maio de 2018

INTERPRETAÇÃO BÍBLICA - Três coisas admiráveis e uma quarta que não conheço


Considere o seguinte texto:

"Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço:O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem." Pv 30.18,19

Nesse texto do sábio Agur é usado um elemento para metáfora "caminho" a fim de identificar as atitudes próprias de cada um dos caracteres que o autor menciona causar sua admiração: a águia, a cobra e o navio, cada um deles no seu local específico de habitat e deslocamento.

A ideia principal do escritor, apesar de citar três coisas que lhe causam admiração, é enfatizar o grau de espanto causado pelas atitudes de um homem em relação a uma virgem, como os homens perdem a cabeça e colocam tudo a perder por conta de sentimentos afetivos desse tipo.

O recurso que o autor usa é a figura de linguagem gradação, onde ele expõe ideias gradativas até chegar à ideia ápice que é conclusiva. Assim no texto em questão o autor fala da admiração de três coisas: o voou da águia, o deslocamento da serpente e o navegar do navio (ideias menores) para então expressar uma quarta coisa que de tão estranha e admirável ele chega a afirmar que não conhece.

Dessa forma o sábio Agur afirma que o coração de um homem ao se enlaçar por uma mulher é imprevisível. Sabemos pela História que o sábio disse a verdade, pois grandes homens colocaram tudo a perder por conta de paixões carnais, adultério e fornicação. Quantos ministros do Evangelho, dirigentes de igrejas, pais de famílias, etc, já deixaram tudo ou tiveram seus lares destruídos por envolvimentos extra conjugais. Isso sem falar em jovens que se suicidam por paixões desenfreadas e outro tanto que cometem loucuras por ciumes.

Esse assunto cresce de importância nos dias atuais em que a infidelidade é tão facilitada pelas redes  sociais que tem sido cada vez mais difícil se desviar do mal.

Notemos também que o sábio escritor cita três coisas em comum, a imponência e superioridade que cada um dos três elementos impõe no seu habitat, a águia no céu, a cobra na rocha e o navio no mar, e então numa contraposição o autor cita a fraqueza humana na questão sentimental.

Entendemos que a sabedoria desse texto está no alerta ao homem de que deve guardar-se das paixões mundanas e não confiar em si mesmo no que diz respeitos aos laços sentimentais, pois o coração do homem é enganoso. Jr 17.9

Pr Marcos André

terça-feira, 15 de maio de 2018

INTERPRETAÇÃO BÍBLICA - Selá


Considere o texto:

"Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte. (Selá.)" Sl 3.4

Vamos analisar o significado do termo "selá" que aparece aqui no final desse verso e de muitos outros versos dos Salmos, também encontramos em algumas traduções do livro de Habacuque. A ideia é saber o que significa.
Essa é a uma palavra transliterada para o português e não se sabe ao certo o seu significado, por isso ela foi transliterado, alguns altores a consideram como uma pausa musical para os instrumentos, devido ela encontra-se no final de alguns versos dos Salmos, por isso alguns a traduzem como "amém" ou "para sempre", mas essa afirmação não é aceita pela maioria.
Outros acreditam que ela vem de um termo em hebraico "calah" que significa "elevar" ou "suspender", dessa forma a identificam como uma anotação para os músicos elevarem a altura dos instrumentos em dado momento da canção, uma vez que os Salmos são cânticos que eram acompanhados por instrumentos nas cerimônias religiosas no Antigo Israel, essa parece ser a linha mais defendida pelos teólogos.

Acredita-se também que o termo "selá", poderia ser uma marcação para a assistência erguer as mãos em alguns momentos do louvor.
Na tradução grega, essa palavra foi traduzida como "diapsalma" que significa em português "pausa", seria uma pausa na canção, o fato é que não se sabe o porque dessa suposta pausa, alguns sustentam que a pausa seria para a mudança de tom dos instrumentos, ou seria uma pausa para reflexão do adorador em confirmação do exposto na letra do hino, daí surge a ideia do "amém", que é uma confirmação do ouvinte.
No texto de Habacuque o termo "selá" aparece em Hb 3.3 e em outros dois versos do mesmo capítulo.

"Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor. Hb 3.3

Aqui notamos que o termo tem a mesma função literária dos Salmos, uma anotação do orador ou escritor, já que o capítulo três de Habacuque é uma oração em forma de poema, a tradução "para sempre" ou "amém" se encaixaria perfeitamente aqui, porém o fato de a palavra não ter sido traduzida indica que não fazia parte da composição literária e sim da montagem poética.

Todo o problema na tradução resulta da transliteração sem que se conheça a etimologia da palavra. 

Conclui-se que a melhor significado para essa palavra seria "elevar" ou "pausa para elevar".  

Pr Marcos André

terça-feira, 8 de maio de 2018

INTERPRETAÇÃO BÍBLICA - O Sacrifício da Filha de Jefté



Considere a seguinte passagem:

"E Jefté fez um voto ao Senhor, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão,
Aquilo que, saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto." Jz 11.30,31

"Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha.
E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ah! filha minha, muito me abateste, e estás entre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao Senhor, e não tornarei atrás.
E ela lhe disse: Meu pai, tu deste a palavra ao Senhor, faze de mim conforme o que prometeste; pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom.
Disse mais a seu pai: Concede-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras.
E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes.
E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem; e daí veio o costume de Israel,
Que as filhas de Israel iam de ano em ano lamentar, por quatro dias, a filha de Jefté, o gileadita."

Juízes 11.34-40

Nesta passagem temos um dos assuntos mais controversos das Escrituras, são inúmeros autores que entendem que Jefté teria feito um voto de tolo e sacrificado sua própria filha em holocausto ao Senhor (oferta queimada).

Vamos analisar segundo linhas de estudo exegético mais atualizadas extraídas do livro "Viver Cristão Contagiante" do Dr Joel R. Beeke que levanta as seguintes linhas de análise: 

 Jefté não era precipitado, isso é demonstrado pela forma como ele fala aos anciãos na ocasião em que é chamado para liderar o povo na batalha e antes da luta ele tenta um solução pacífica para a situação ao enviar mensageiro aos amonitas, alguém precipitado jamais teria agido dessa forma.
 Segundo o Beeke a palavra hebraica para holocausto "olahtambém pode ser entendida como "dedicação" ou seja dedicação exclusiva à Deus. Assim o voto de Jefté seria que aquele que primeiro saísse de sua casa seria totalmente dedicado a Deus assim como votou Ana acerca de seu filho. 1 Sm 1.11.
 Ainda segundo Beeke a palavra traduzida como "lamentar" ao se referir às donzelas que "lamentavam" anualmente a filha de Jefté estaria equivocada, pois o termo "lamentar" não aparece com essa tradução em nenhum outro lugar das Escrituras, é mais comum ser traduzido como "comemorar", dessa forma as donzelas firmaram a tradição de comemorar a dedicação da filha de Jefté ao Senhor. Teria ela servido toda a sua vida ao Senhor permanecendo virgem.
Para a filha de Jefté isso seria um motivo de lamento de fato, pois ela permaneceria virgem e uma alegria para toda mulher daquela época era poder dar filhos e estabelecer  descendência na sua casa. Isso explica o motivo pelo qual Jefté ficou turbado, pois ela era filha única e ele ficaria sem prosseguimento de sua linhagem naquele momento. 

Conclusão
Não podemos hoje afirmar que Jefté foi precipitado e nem que de fato ele teria sacrificado a sua filha em holocausto ao Senhor uma vez que o Senhor não aceita sacrifício humano, seja pelo fogo Lv 18.21 ou qualquer outra forma, os sacerdotes da época não teriam aceitado tal sacrifício.
 A hipótese mais recomendada é de que a filha do gileadita Jefté tenha passado o resto da sua vida em dedicação total a Deus não podendo se casar. 

Pr Marcos André

sábado, 28 de abril de 2018

CORREÇÃO LIÇÃO 5, CENTRAL GOSPEL

CORREÇÃO:

No tópico 3.3 da Lição 5 da Central Gospel, revista nº 54, onde estava escrito "Uzias" foi corrigido para "Urias".

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Pregação vídeo - Círculo de Oração

Tema: História do Círculo de Oração



Pastor Marcos André ministrando sobre a história do círculo de oração, linda mensagem.

Pastor Marcos André
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