2.2. Honrar ao Senhor
No capítulo 3 de Malaquias, versículo 10, observamos o Senhor Deus dando um "puxão de orelha" no povo israelita, que não estava obedecendo às ordens da Lei e usava de desonestidade com as finanças. O povo roubava a Deus, não contribuindo para a manutenção das coisas sagradas. A mensagem de Malaquias tinha por finalidade trazer o povo novamente à Aliança que constava na Lei de Deus, a qual trazia promessas de bênçãos originárias da obediência (Dt 28.1-14) e maldições originárias da indisciplina (Dt 28.15-68). Honrar ao Senhor com nossos dízimos é ter o entendimento de que tudo que ganhamos vem do dEle (Sl 104.14,15). O problema da oferta financeira era e ainda é, mais um sintoma do grande problema já apontado aqui, que é a falta de honra ao Senhor.
Para os dias atuais, devemos entender que o grande objetivo do Senhor é levar o conhecimento do Seu nome ao mundo inteiro, como Ele mesmo fala em Malaquias:
"Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.", Malaquias 1.11
3. IMUTABILIDADE DE DEUS
Em Malaquias 3.6, lemos: "Porque eu, o Senhor, não mudo [...]". Neste texto, Malaquias ressalta que Deus não mudou, não muda e jamais mudará. Chama atenção que, se no livro do profeta Malaquias a imutabilidade é conferida ao Pai, na Epístola aos Hebreus, essa mesma imutabilidade agora é conferida ao Filho (Hb 13.8).
3.1. O perigo do Jugo desigual
Jugo desigual é o casamento de um homem ou uma mulher crente com alguém descrente (Ml 2.10,11). O profeta chama isso de abominação e profanação (Ml 2.11). Malaquias diz que aqueles envolvidos nesta prática serão exterminados (Ml 2.12). Por ser casar com mulheres idólatras, o Senhor rejeitou as ofertas de Judá (Ml 2.13). O Apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 6.14-16, descreve o jugo desigual. É preciso entender que esse pensamento vale para os nossos dias. Pois Satanás tem enganado a muitos nesta área, porque ele sabe que há uma grande diferença de fé e de conduta; isso é o que atrapalha a verdadeira adoração a Deus. Esse entendimento de jugo desigual, como referência ao casamento, foi uma metáfora utilizada por Paulo, para orientar do perigo se um cristão contrair matrimônio com um ímpio, veja como Paulo descreve:
"14 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?
15 E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?", 2 Coríntios 6.14,15
Na verdade, Paulo não estava se referindo somente a casamento, mas a qualquer sociedade, parceria ou acordo.
E em Malaquias 2.11, o Senhor está condenando esse tipo de sociedade:
"Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.", Malaquias 2.11
E nesta passagem o Senhor profere uma sentença para o homem que contraísse matrimônio fora do seu povo.
"12 O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.", Malaquias 2.12-14
Deus criou o casamento, e sabe como o cônjuge tem o poder de influenciar o outro. Muitos jovens cristãos, já namoraram pessoas ímpias com a desculpa de que poderiam trazê-los para a igreja, mas no final eles é que foram para o mundo.
Um outro ponto, é que muitos jovens ímpios quando querem conquistar uma jovem se fazem de bom moço e até vão à igreja, mas ao conseguirem o objetivo assumem sua impiedade.
3.2. Malaquias nos convida a um compromisso com Deus
Nos dias de Malaquias, os judeus já tinham regressado da Babilônia cerca de 100 anos antes. A este respeito, vemos que, um século após os judeus regressarem a Jerusalém, os sacerdotes haviam se tomado descuidados em suas funções, os dízimos eram negligenciados e os judeus haviam se envolvido em casamentos mistos. Assim, através do profeta Malaquias, o Senhor nos chama a voltar a uma adoração sincera. O profeta nos faz ver que Deus sempre honra quem tem compromisso com Ele. Assim, aprendemos com Malaquias que o grande benefício de se ter um compromisso com Deus é que quanto mais comprometidos com Ele, mais desfrutaremos de Suas bênçãos. A ideia de compromisso com Deus é outro tema fundamental da Graça, pois aquele que não se comprometer com o Senhor e Sua obra, nos dias atuais, está em grande perigo de se desviar. Deus requer compromisso:
"1 E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.
2 E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus:", Deuteronômio 28.1-3
Essa passagem nos mostra que, quando nós nos comprometemos com Deus, Ele também se compromete conosco.
Em Malaquias é mostrado o compromisso que deve ter o sacerdote:
"Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do Senhor dos Exércitos.", Malaquias 2.7
E convém lembrar que, no tempo da Graça, todos somos sacerdotes de Deus: